
A Cooperativa Batavo anuncia seu retorno ao mercado: a empresa, que em 2002 vendeu a marca Batavo à Perdigão, vai se relançar com produtos sob o nome Frísia.
A meta é lançar a linha, que inclui laticínios variados, em setembro, logo após a inauguração de uma nova fábrica da cooperativa, em Ponta Grossa.
A nova unidade fabril contou com investimento de R$ 60 milhões e a expectativa é que gere faturamento de R$ 850 milhões ainda este ano, chegando a R$ 1 bilhão em 2013.
A fábrica terá capacidade de recebimento de até 1 milhão de litros de leite por dia, devendo gerar cerca de 600 empregos, entre diretos e indiretos, informa a Revista Amanhã.
No local, serão produzidos itens como leite longa vida, creme de leite e leite condensado.
Rolo
A Perdigão, que comprou a marca Batavo há nove anos, iniciou em junho de 2009 um processo de fusão com a Sadia, criando a Brasil Foods (BRF).
A fusão, porém, está até hoje em avaliação pelo Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que ainda faz exigências para evitar que o negócio prejudique a concorrência no mercado brasileiro.
Em julho deste ano, o órgão exigiu que a BRF vendesse dez fábricas como condição para aprovação da fusão.
Em função disso, a companhia anunciou que punha à venda três unidades gaúchas, localizadas em Bom Retiro do Sul, Santa Cruz do Sul e Três Passos; duas catarinenses, em Lages e Salto Veloso; e uma no Paraná, na cidade de Carambeí.
Também entraram na roda as unidades de São Gonçalo dos Campos, na Bahia; Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; Várzea Grande, no Mato Grosso; e a de Brasília.
A BRF se dispôs, ainda, a negociar os equipamentos industriais da fábrica de Valinhos, em São Paulo.
O conglomerado havia anunciado, antes disso, também a intenção de vender sua participação na Excelsior Alimentos, de Santa Cruz do Sul.
Porém, o acordo com o Cade prevê bem mais: além das dez fábricas, o grupo terá de vender quatro abatedouros, doze granjas, quatro fábricas de ração e oito centros de distribuição, bem como passar adiante as marcas Rezende, Wilson, Escolha Saudável, Confiança, Delicata e Doriana.
Outra cláusula do acordo é que o conjunto de ativos seja absorvido por apenas um concorrente.
Com isso, segundo divulgado pela Brasil Foods, a meta do Cade é “dar escala para que a nova empresa, formada pela aquisição desta estrutura, tenha musculatura suficiente para competir à altura da BRF”.
As restrições impostas pelo órgão regulador devem-se ao fato de que, juntas, Sadia e Perdigão somam concentrações de mercado maiores do que 70% em diversos produtos, o que, segundo o Conselho, pode prejudicar o consumidor final.
As duas empresas argumentam, porém, que a intenção da fusão é criar “uma grande exportadora nacional de carnes”.