XALALÁ

Apps de namoro apostam em IA

O ano é 2024 e agora um robô vai paquerar outro robô por meio de aplicativos.

04 de setembro de 2024 - 09:11
Geração Z precisa de IA para paquerar? - Foto: Depositphotos

Geração Z precisa de IA para paquerar? - Foto: Depositphotos

Empresas de aplicativos de namoro, como Tinder, Hinge, Bumble e Grindr, estão apostando em recursos de inteligência artificial para aumentar o uso dos seus apps.

As ferramentas de IA e os assistentes de chatbots farão "de tudo", desde gerar quebra-gelos, construir perfis e até fornecer feedback sobre as cantadas dos usuários.

Grupos de namoro online acreditam que o feedback personalizado e os conselhos de chatbots de IA podem vir a reacender o interesse dos usuários nesses aplicativos. 

As ações de aplicativos como o Tinder vem em queda nos últimos tempos, o que as empresas do segmento estão atribuindo a “dificuldades em se relacionar”, especialmente aqueles da Geração Z.

(Um crítico poderia apontar que esses apps transformam a paquera em uma espécie de funil de vendas, o que é meio cansativo). 

“A IA vai ajudar as pessoas a fazerem melhores conexões. É como aquele amigo no bar que está ajudando você a convidar alguém para sair — mas no contexto virtual”, disse o diretor de produtos do Grindr, AJ Balance, ao site do Financial Times.

O Grindr está desenvolvendo um chatbot denominado "Wingman Grindr", que ajudará os usuários a superar os “maiores pontos de dor” do namoro online, gerando prompts de conversa com base nos perfis exclusivos e históricos de bate-papo dos usuários. 

Segundo a empresa, a IA simularia um parceiro (wingman = amigo) conversando com o parceiro de outra pessoa para explorar como seria um encontro entre ambos e identificar pontos comuns entre eles. 

O Grindr também contratou especialistas em relacionamentos e saúde sexual para treinar seus chatbots a fornecer conselhos positivos aos usuários.

O Tinder já utiliza IA para dar suporte ao cliente durante toda a jornada de namoro. A plataforma pretende implementar uma ferramenta que seleciona fotos do usuário, escaneando e escolhendo as melhores imagens. 

O Hinge, que faz parte da Match Group, dona da Tinder, está desenvolvendo uma espécie de casamenteiro pessoal controlado por IA e foi o primeiro app de namoro popular a fornecer prompts para os usuários responderem em seus perfis, como "A maneira de me conquistar é..." ou "A coisa mais idiota sobre mim é...".

O Match Group designou engenheiros da Hyperconnect, empresa de mídia coreana que adquiriu em 2021, para concentrar seus esforços na construção de ferramentas de IA para o Tinder e o Hinge. 

A Bumble trabalha com uma ferramenta semelhante à do Tinder e acrescentou que seu suporte de conversação ajudará seus clientes a ganhar confiança, sendo a melhor versão de si mesmos.

As ações da Bumble, empresa avaliada em US$ 830 milhões e dona de aplicativos de namoro voltados ao público feminino, como o Badoo, tiveram uma queda de mais de 25% em agosto, após a empresa cortar sua previsão de receita e reconhecer que a reformulação da marca não surtiu efeito. 

A gigante da indústria de namoro, Match Group, avaliada em US$ 9,6 bilhões, sofre pressão de investidores para revitalizar seu produto após o sétimo trimestre consecutivo de declínio no número de assinantes.

Uma pesquisa da Onepool em março afirmou que mais de três quartos dos usuários estão cansados desses aplicativos, com 40% atribuindo o desinteresse às falhas repetidas em encontrar um bom par.