VENDA+

Automatech quer faturar com NFC-e

A expectativa é aumentar o faturamento da companhia em R$ 15 milhões até 2016.

16 de dezembro de 2013 - 17:52
Evandro Scariot.

Evandro Scariot.

A Automatech, empresa gaúcha especializada em soluções de ponto de venda e automação para varejo, aposta na chegada da nota fiscal eletrônica para consumidor (NFC-e) para alavancar seu faturamento em 2014.

Este planejamento tem a ver com o lançamento do Venda+, uma plataforma de pagamentos móveis (e-payment), que já utiliza a novidade lançada pelo governo estadual em novembro.

De acordo com a desenvolvedora, a plataforma permite que o consumidor seja atendido com maior mobilidade, utilizando uma rede sem fio. Através de um terminal móvel, os vendedores podem consultar preço, estoque e já fazer a venda final ao consumidor, emitindo a nota de forma eletrônica.

Para Evandro Scariot, diretor da Automatech, com a nova solução e uma possível adesão de novos clientes ao uso da NFC-e, a expectativa é aumentar o faturamento da companhia em R$ 15 milhões até 2016.

Para fins de comparação, em 2013, Scariot estima que a companhia tenha um faturamento total de R$ 50 milhões. No plano geral, a Automatech espera que o Venda+ se abocanhe cerca de 12% de seu faturamento total.

Voltando ao Venda+, o diretor da companhia avalia que a nova aplicação seja mais direcionada a companhias de porte maior, em redes onde o atendimento com mobilidade sejam mais necessários.

"Pensamos nisso para redes de varejo de roupas ou calçados, por exemplo, que tenham um parque de 100 a 200 pontos de venda. Em épocas como a de Natal, uma solução como o Venda+ pode diminuir filas e agilizar o atendimento", explica.

O produto já foi colocado em ação durante o período de testes do sistema da NFC-e, uma parceria feita com o estado e a Procergs, que desenvolveu a plataforma fiscal para as notas eletrônicas.

As Lojas Paquetá utilizaram a solução da Automatech neste projeto piloto, realizado nas unidades da Paquetá dos shopping Lindóia e Bourbon Wallig, ambos em Porto Alegre. 

Cerca de dez aparelhos foram instalados em cada loja, em que os consumidores podiam consultar informações com os atendentes e já fazer os pagamentos com cartão de crediário da loja. Para a nova versão do sistema, Scariot afirma que as principais bandeiras de cartão de crédito já são aceitas.

Para convencer os lojistas a adotarem a solução, o diretor chama a atenção para a economia de custos com a eliminação do papel e das impressoras fiscais, que geram grandes gastos com manutenção e homologações.

Vale lembrar que a Automatech também tem um portfólio de equipamentos de impressão fiscal. Contudo, Scariot não teme que a adoção crescente de terminais totalmente eletrônicos possam afetar o faturamento da empresa.

Segundo o executivo, a nota fiscal impressa vai continuar por um bom tempo, mas não pode negar que a nota fiscal eletrônica chegou para ficar. Para ele, antes da NFC-e atingir seu potencial pleno, outros questões precisam ser resolvidas. 

Um exemplo é o acúmulo de funções que o uso de terminais multiuso pode trazer, que pode acarretar divergências na lei trabalhistas. Mas posto isto à parte, em uma avaliação básica da troca de hardware por um meio digital, Scariot não se mostra assustado.

"Acredito que não perderemos em faturamento, e sim eles serão reposicionados. O dinheiro que deixará de ser gasto em impressoras pode ser repassado para a compra de novos terminais móveis ou para a modernização de seus ponto de vendas antigos para plataformas mais modernas e conectadas", finaliza.