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Marco Mastroeni, vice-presidente de produtos e inovação do Banco ABC Brasil. Foto: divulgação.
O Banco ABC Brasil, instituição financeira especializada em empresas de médio a grande porte, migrou seus dados para a Google Cloud com a IPNET Growth Partner, consultoria sediada no Rio de Janeiro.
Com o objetivo de instaurar uma cultura data driven, o banco tinha o desafio de melhorar a gestão e análise dos dados financeiros e das informações comportamentais dos clientes, visando gerar uma vantagem competitiva frente às ofertas de seus concorrentes.
“Criamos uma área de dados para suportar as novas estratégias de inovação, marketing analytics, eficiência operacional, agilidade e qualidade no consumo interno de dados e geração de oportunidades em novos negócios para alavancar um melhor relacionamento e experiências financeiras com os clientes”, conta Marco Mastroeni, vice-presidente de produtos e inovação do Banco ABC Brasil.
Atualmente, mais da metade dos colaboradores da instituição realizam suas tarefas com apoio em dados, que estão 100% na nuvem.
Segundo o executivo, as soluções Google Cloud geraram várias possibilidades de gestão de dados para o banco, como a utilização de inteligência artificial e produtos de análise de dados como BigQuery e Vertex AI, além das soluções de machine learning, para gerar insights.
“As ferramentas ajudam a acelerar o desenvolvimento de modelos em IA e do melhor aproveitamento de recursos para a implementação de uma plataforma de dados orientada por domínio de negócio e self-service analytics”, explica Rafael Kataoka, head de dados e DPO do Banco ABC Brasil.
Além disso, a companhia destaca benefícios como a oportunidade de fazer auditorias com frequência, ferramentas user-friendly, geração de valores com gestão única de KPIs e dashboards corporativos, além do maior ganho de velocidade. As decisões se tornaram 40% mais rápidas.
“A entrega de serviços financeiros digitais também foi beneficiada: hoje, 70% do processo de solicitação de crédito é automatizado. É uma nova era dentro do banco. É momento de fomentar decisões baseadas em dados”, destaca Mastroeni.
Sediado em São Paulo, o ABC Brasil tem cerca de 1 mil funcionários e opera nas carteiras comercial, de investimentos, financeira a crédito imobiliário, câmbio, comercialização de energia e corretora de seguros.
Segundo uma matéria recente do Valor Econômico, o banco tem uma carteira de 4.309 clientes corporativos, uma expansão de 36% nos últimos 12 meses.
Já a Ipnet está no mercado desde 2002 e conta com 1 mil clientes no Brasil, entre eles Grupo Soma, Estante Mágica, SulAmérica, E-xyon, Eduk, Isto É, Tok&Stok e Embraer.
SETOR EM MOVIMENTO
O setor bancário é altamente regulado e com infraestruturas de TI legadas de grande porte, por isso fica atrás do mercado em geral quando o tema é adoção de nuvem.
De acordo com uma pesquisa da CIO Surveys, só 16% das empresas do setor de serviços financeiros adotaram nuvens públicas, abaixo da média de mercado de 24%.
Mas existem sinais de que isso está começando a mudar, mesmo no Brasil, em instituições de todo tipo de porte.
Quem está aderindo mais rápido são as novas operações, do tipo fintech, que não têm infraestrutura legada.
Quem parece estar na frente é a AWS, que nos últimos anos fechou contratos com o Digio, plataforma criada pelo Bradesco e pelo Banco do Brasil, e o Fibra, focado em grandes e médias empresas dos setores de agronegócio e corporativo.
O Banco Bari, instituição financeira do Grupo Barigui, nasceu na nuvem da AWS. Mais recentemente, a Bitz, conta digital do grupo Bradesco, migrou para a plataforma.
Já a Google Cloud, o principal concorrente da AWS, fechou um contrato com o banco BV, nova marca do Banco Votorantim, quinto maior banco privado brasileiro em ativos.
Mas mesmo os grandes nomes estão se mexendo. No final do ano passado, o Itaú fechou um contrato de 10 anos com a AWS, pelo qual um dos maiores bancos do país deve migrar 60% de sua infraestrutura de TI dos mainframes e de seus data centers para a nuvem até o final de 2023.
Foi uma mudança de rumos significativa, uma vez que, até pouco tempo atrás, o banco estava apostando pesado em construir a sua própria infraestrutura.
O Santander, por sua vez, já migrou 80% da infraestrutura de TI ligada ao core banking da instituição para uma combinação formada pelas nuvens públicas da AWS, Microsoft e uma nuvem privada do banco rodando em equipamentos próprios.
A Google também tem um cliente entre os bancos tradicionais, ainda que bem menor: o Banco BS2, antigo Banco Bonsucesso, anunciou a migração da sua infraestrutura para a cloud.