A Telebrasil divulgou os números dos serviços de banda larga no Brasil referentes ao segundo trimestre de 2010. Segundo o estudo, o uso das redes da iniciativa privada cresceu 42% no período, com aproximadamente 7,7 milhões de novos acessos ativados.
Segundo o site da IP News, a Telebrasil constatou que a banda larga ofertada no país chegou aos 26,1 milhões de acessos de janeiro a junho de 2010. O crescimento no semestre foi de 42% se comparado a dezembro de 2009, quando apontou 18,4 milhões.
O estudo traça um diagnóstico sobre a internet rápida no Brasil e mostra que já no fim de 2009, 71% das conexões eram feitas acima de 512 Kbps. A velocidade média dos acessos em banda larga no Brasil é de 1,3 Mbps, atrás apenas do Chile e da Colômbia, entre os países da América Latina.
Nos seis primeiros meses de 2010, a internet rápida fixa registrou 12,2 milhões de acessos, contra 13,9 milhões de acessos com banda larga móvel – o que foi um salto no segmento, já que o último registro tinha apontado 4,3 milhões de acessos por dispositivos 3G.
As redes de terceira geração já estão instaladas em 740 municípios e já alcançam, segundo o balanço de junho, 65,2% da população e a estimativa das prestadoras é de que cheguem a três mil municípios no próximo ano, com cobertura de mais de 80% da população.
A Telebrasil estima que, com a evolução das redes de 3G, os smartphones devem se tornar o principal dispositivo de acesso à internet, já que seu custo de aquisição tende a ser cada vez menor que o de um computador, principalmente pelos ganhos de escala dos celulares.
Banda larga no Brasil
Segundo uma pesquisa do IBGE, feita em 2009, 95,5% dos municípios brasileiros já possuem acesso à internet rápida. Os backhaul (redes de banda larga fixa) já estão instaladas em mais de 4.800 municípios e, segundo estimativa das operadoras de telefonia, até o fim de 2010 já cobrirão todo Brasil.
Já um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado recentemente, apontou que a cobertura da banda larga no Brasil era de somente 46,6% das cidades. Contudo, a pesquisa considerou, apenas, lugares onde a densidade é superior a 0,5 acesso por cada 100 habitantes. O documento considera apenas a rede fixa e não avalia a penetração de internet móvel.
Obstáculos
Outro segmento de estudo do IBGE, o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) revelou que a penetração da banda larga no Brasil ainda passa por dificuldades, provindas da baixa renda da população. De acordo com a pesquisa, as principais razões de os domicílios não possuírem internet são: não achar necessário (32,8%), não saber utilizar a internet (31,6%) e não ter acesso a microcomputador (30%).
Esse percentual revela que a principal barreira para o crescimento da densidade de acessos não é o preço dos serviços, como foi apontado pelo IPEA, e sim o preço do computador.
Entre os obstáculos ao desenvolvimento da banda larga está o marco regulatório de compartilhamento de infraestrutura, essencial para promover maior competição e penetração dos serviços. É também necessário uniformizar a regulamentação do direito de passagem que impõe dificuldades para implantação de redes.
Outro agravante é a questão dos impostos. A carga tributária brasileira imposta aos serviços de Telecom é das mais altas do mundo. Atualmente, a população tem que pagar aproximadamente 43% de taxas para o tipo de serviço.
Contudo, na comparação com outros 160 países, verifica-se que o preço da banda larga no Brasil está na média do grupo que paga menos pela internet rápida. Na comparação com países da América Latina, o Brasil tem o segundo menor preço, sendo superado apenas pelo México, onde o valor médio é de US$ 16,24. Na Argentina, o preço sobe para US$ 31,22, na Venezuela é US$ 31,31, na Colômbia US$ 34,78, no Peru US$ 36,46 e no Chile US$ 48,15.