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Brasil domina a América Latina na GFT

Multinacional alemã coloca executivos do país em postos regionais.

04 de novembro de 2025 - 09:31
Alessandro Buonopane.

Alessandro Buonopane.

A GFT, uma multinacional alemã muito presente no setor financeiro, acaba de colocar dois executivos brasileiros em posições de comando para a empresa em toda América Latina, integrando as operações. 

Alessandro Buonopane, até então CEO da GFT no Brasil, acumula agora também a função de CEO Latam, agregando as responsabilidades pelo México, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Chile e Peru.

O mesmo vale para Jonatas Leandro, VP de Inovação e Desenvolvimento de Negócios no Brasil, que passa a liderar também a Business Development Platform (BDP) na América Latina.

A BDP no caso é o nome de uma área interna da GFT que tem a missão de transformar capacidades internas em produtos de plataforma que gerem novas receitas por meio de parceiros.

Normalmente, o Brasil costuma responder por quase a metade dos negócios das grandes empresas de tecnologia na América Latina. 

Isso faz com que a configuração típica do organograma seja executivos brasileiros no Brasil, e do México, Argentina e outros países da região à frente da América Latina (o que não quer dizer que brasileiros não assumam esses cargos).

O nível de integração da GFT entre operações brasileiras e latino americanas, com os brasileiros puxando o carro, é bem mais raro, o que tem que ver com o peso relativo do Brasil no global da empresa.

 “O Brasil sempre foi o motor da GFT, sendo o maior mercado do grupo, com 18% das receitas globais. Assumir a liderança da América Latina nos permite alinhar estratégias, acelerar o crescimento regional e entregar ainda mais valor aos nossos clientes e parceiros em todos os países da região”, afirma Buonopane.

A importância do Brasil dentro da GFT é tal que a empresa colocou o brasileiro Marco Santos no cargo de CEO global em março de 2024, uma decisão inédita em empresas de tecnologia. 

A GFT abriu sua operação no Brasil em 2006 em Sorocaba, no interior paulista, com objetivo de ser um centro de desenvolvimento offshore.

Santos entrou na empresa em 2012, com a missão de focar mais no mercado local, no que na época era um movimento comum de muitas empresas com centros de desenvolvimento off shore no Brasil.

A coisa decolou para valer para a GFT no Brasil quando a empresa se tornou uma das fornecedoras do grande projeto de nuvem AWS no Itaú, fechado em 2020. 

Foi quando o Brasil foi sozinho responsável por 18% da receita global da GFT, faturando € 40,22 milhões em 2024, um crescimento de 33% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No ano passado, a GFT foi a vencedora na categoria “Innovation Partner of the Year” das premiações distribuídas pela AWS no seu evento anual, em parte pelo projeto do Itaú.

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