
O ThinEco
Uma CPU de papelão promete reduzir em 60% o consumo de energia, em relação aos equipamentos tradicionais. O projeto, batizado de ThinEco, é do gaúcho André Ruchel, diretor da Escola de Educação Profissional Big Máster.
Para garantir a economia de energia, Ruchel apostou em opções de hardware sustentável, como um processador Aton, semelhante aos utilizados em netbooks, placa mãe Mini ITX, e na computação em cloud computing: a CPU não possui drive de CD ou DVD, nem armazena dados, mandando tudo para a nuvem.
“O ThinEco não tem a finalidade de rodar programas pesados e por isso foi elaborado para não armazenar dados”, explica Ruchel. “Existe ainda a opção de se retirar o HD, transformando-se em Thin Client”, completa.
A novidade foi apresentada durante o Microsoft TechEd 2010 e pesa 1 kg, medindo 30 cm x 35 cm. O HD é de 250 Gb e a memória RAM, de 2Gb.
Quanto ao material utilizado no gabinete – papelão –, Ruchel destaca que é só mais um dos focos do projeto no conceito de Green IT. A composição da caixa utiliza aproximadamente 100 folhas de papel reciclado e, segundo o inventor, não corre o risco de incendiar.
“As folhas de papelão formam uma camada bastante espessa e a existência de favos internos no material facilita a ventilação. Entretanto, a responsabilidade em relação ao aquecimento está diretamente ligada ao processador Aton, caracterizado pela baixa produção de energia térmica”, afirma o profissional, formado em Ciências da Computação.
Questionado sobre a possível fragilidade do material, ele também é categórico.
“Você pode sentar em cima desse gabinete, pois ele não quebra”, brinca o inventor. “Além disso, se o equipamento apresentar problemas internos, ele pode ser aberto por meio de dobradiças de papelão, sem danificar ao gabinete”, acrescenta.
Além do papel reciclado e do processador econômico, o ThinEco também se insere na Green IT por meio da troca da fonte tradicional de computadores pela fonte chaveada, pertencente aos notebooks.
A inovação ainda está em processo de análise comercial. Por enquanto, Ruchel avalia que possa custar em torno de R$ 400.
A novidade também encontra-se em estágio de adaptação a um HD SSD, o que, segundo o inventor, traria ganhos na produção em grande escala e maior capacidade de processamento com ainda menos gasto energético.