
A Unimed Grande Florianópolis recebeu o pedido de demissão de toda a sua diretoria. Foto: Divulgação.
A Unimed Grande Florianópolis recebeu nesta semana o pedido de demissão de Genoir Simoni, presidente da operadora, e de toda a diretoria da organização, composta por 5 executivos.
Segundo a companhia, o atendimento aos usuários não será prejudicado. A Unimed informou que, até que haja a reposição dos cargos, uma comissão provisória de médicos cooperados acompanhará a transição.
A organização terá uma Assembleia Geral Extraordinária em março para definir a data em que acontecerá a eleição dos novos membros da diretoria. O estatuto da cooperativa estabelece que é preciso respeitar um intervalo de 45 dias entre a data da convocação e a eleição de fato.
De acordo com a Revista Amanhã, a Unimed da Grande Florianópolis atravessa um momento de crise, que vem se arrastando há alguns meses e decorre da situação deficitária da cooperativa, resultado de decisões e investimentos considerados equivocados.
Em fevereiro, a empresa anunciou o fechamento de dois pronto-atendimentos na região. Até o fim deste mês, deixarão de operar as unidades da Trindade e do Kobrasol, na capital catarinense. Os serviços foram remanejados para o Centro de Florianópolis e para o Hospital da Unimed, em São José.
As ações da Unimed de Florianópolis são um reflexo do momento instável do plano de saúde em diversos estados do Brasil.
Em fevereiro, a Agência Nacional de Saúde (ANS) decretou a liquidação extrajudicial da Unimed Paulistana, que faliu após uma grave crise financeira.
No Rio de Janeiro, a unidade da Unimed sofre uma intervenção por parte da ANS, mesmo sendo a maior das cooperativas que formam o sistema Unimed no Brasil. A Unimed Rio alcançou R$ 4,6 bilhões em faturamento em 2014, mas teve prejuízo de R$ 200 milhões no período.
Segundo a Exame, no final do ano passado as cooperativas de Jequié e Paulo Afonso, na Bahia, receberam ordens para transferir seus clientes. Já as sedes de Manaus e Belém estão sob intervenção da ANS. Nem sempre as intervenções resultam em fechamento das cooperativas e, na maior parte dos casos, o atendimento não chega a ser afetado.
Outros planos de saúde também enfrentam problemas. A Amil, por exemplo, teve prejuízo de R$ 259 milhões em 2014. Já em 2015, o Bradesco Saúde registrou no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 139 milhões, o que representa queda de 17,2% em relação ao mesmo período de 2014.