Frigorífico Mercosul: a TI não pára

Maior do setor na região sul, o Frigorífico Mercosul não pode parar. E é para garantir a continuidade da operação em um ambiente estável e robusto que a empresa dedica, anualmente, cerca de R$ 3,5 milhões à TI, que é gerida por Paulo Lima.

O profissional tem dez anos de experiência na área, sete deles na RGE.
01 de outubro de 2008 - 13:45
Frigorífico Mercosul: a TI não pára
Maior do setor na região sul, o Frigorífico Mercosul não pode parar. E é para garantir a continuidade da operação em um ambiente estável e robusto que a empresa dedica, anualmente, cerca de R$ 3,5 milhões à TI, que é gerida por Paulo Lima.

O profissional tem dez anos de experiência na área, sete deles na RGE.

"O segmento de carne bovina exige cada vez mais soluções tecnológicas sofisticadas para atender nossas demandas de exportação, com grande participação na receita", destaca o gerente de TI.

"Temos que atender exigências de rastreabilidade de vários mercados internacionais, como União Européia, Rússia, entre outros", completa.

Por ter unidades espalhadas no Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Pará, além de centros de distribuição e escritórios comerciais em São Paulo, uma das dificuldades enfrentadas pelo frigorífico está na consolidação de fornecedores de serviços de TI em geral.

Tanto que, ao todo, são nada menos que 17 empresas de telecom e informática prestando serviços à companhia, que em 2007 fechou com faturamento de R$ 776 milhões. 

Fornecedores
A contratação mais recente foi a da Telegestão. Com o contrato, a idéia do frigorífico é otimizar as soluções e o uso de sua plataforma de telefonia, reduzindo custos.

Outros contratos incluem também consultoria da DBK Informática na implantação de um processo formal para desenvolvimento de software; criação de projetos para o ERP Microsiga com a JPC Soluções Corporativas e co-location de data center, com a Datadrome.

Além disso, a empresa contratou recentemente a Tivit para serviços de integração de nota fiscal eletrônica e a Abyz para a solução anti-vírus OfficeScan, da Trend, e para configuração Active Directory Microsoft. Já a RCE foi contratada para suporte e manutenção de equipamentos Siemens, enquanto para implantação da ferramenta de gestão de projetos TraceGP, a escolhida foi a fabricante da solução, Trace Sistemas.

A lista de fornecedores de tecnologia completa-se com os contratos de locação de impressoras da Ludy Soluções; manutenção e suporte do software BRMA, da BRConnection, pela via X-Soluções; e as operadoras de telefonia Brasil Telecom, Telefônica, Vivo, Claro e Nextel, além da Southech, para os serviços de links.

Toda esta infra-estrutura de TI é novidade no setor, segundo Lima.

"Nosso segmento de negócio historicamente não faz investimentos razoáveis em tecnologia, desde a produção do gado até o cliente final. Esta mudança está ocorrendo agora, quando o setor está se tornando cada vez mais profissional e com maior controle desde a fazenda até a peça de carne embalada", analisa o gerente de TI.

Porém, a mudança na Mercosul começou há muito mais tempo. No mercado há 10 anos, a empresa escolheu, nos idos de 2002, implementar o software de gestão da Microsiga, desenvolver um sistema de chão de fábrica e contratar suporte técnico para suas máquinas.

"A partir de 2007, o Departamento de TI começou a fazer uma divisão mais clara de papéis dentro da equipe, com a criação de duas áreas: Sistemas de Informação e Infra-estrutura", comenta Lima. "Hoje, as divisões somam 38 funcionários, entre sede corporativa e unidades", acrescenta.

Infra
Para lidar com um ambiente industrial inóspito, maquinário pesado, alta umidade, restrições sanitárias e dificuldades de manutenção de equipamentos tecnológicos, o frigorífico optou por alocar dois servidores Dell 2950 com MS-SQL Server em cluster ligados a um storage EMC CX300 para o sistema de ERP no data center.

Além disso, dois servidores Dell R200 foram dedicados a serviços de e-mail e serviços virtualizados (com VMWare Server). Ainda, nove servidores legados montados estão sendo virtualizados sobre hardwares Dell.

Para completar, em cada uma das unidades, o frigorífico tem três servidores - um para a solução BRMA que suporta VPN, Firewall e Proxy; outro para backup da solução BRMA e um terceiro que suporta o serviço MS-SQL Server do sistema de chão de fábrica local.

Na maioria dos servidores, a companhia utiliza Windows 2003 Server. Nas estações de trabalho, 90% do parque de 500 estações de trabalho rodam Windows XP e 10% roda Windows 98. VMWare Server, Windows 2000 Server e Linux, completam o portfólio de sistemas utilizados.

Próxima etapa
E engana-se quem pensa que a frase "a TI do frigorífico não pára" é apenas figura de linguagem. Para o futuro próximo, a empresa tem mais de meia-dúzia de projetos em andamento.

A implantação do Active Directory em 10 unidades para integração do domínio e elevação da segurança de dados é um deles. O processo de virtualização e consolidação de servidores no data-center e em todas as unidades, é outro - e já está em execuçào, assim como o desenvolvimento de um novo sistema de chão de fábrica baseado em .Net.

Além disso, a empresa também tem planos de iniciar ainda este ano a implantação de telefonia IP e de uma solução baseada em Cisco para a WAN da matriz e LAN de algumas unidades. Para finalizar, pelo menos por enquanto, Lima conta que estão sendo analisadas propostas para projeto de implantação de tecnologia MPLS para interligação de todas as nossas unidades.

Certificado em PMP e ITIL Foundations V2, o gerente de TI do Frigorífico Mercosul é graduado em Ciências da Computação pela UFRGS, com pós-graduação em Gerenciamento de Projetos pela FGV.