Google Wave: fracasso ou produto de nicho?

Um ano após seu lançamento, o uso do Google Wave vem caindo – basta analisar as inúmeras waves criadas nas primeiras semanas do serviço e pouco, ou nada, atualizadas atualmente.  

A plataforma que em seu lançamento fora definida como um dos serviços mais ambiciosos que a Google ou qualquer outra empresa já criou, pelo Technologizer, e como a redefinição do e-mail, pelo Read Write Web, gerou tamanha expectativa em seu lançamento que convites passaram a ser vendidos no Ebay.

18 de junho de 2010 - 16:49
Daniel Bittencourt

Daniel Bittencourt

Um ano após seu lançamento, o uso do Google Wave vem caindo – basta analisar as inúmeras waves criadas nas primeiras semanas do serviço e pouco, ou nada, atualizadas atualmente.  

A plataforma que em seu lançamento fora definida como um dos serviços mais ambiciosos que a Google ou qualquer outra empresa já criou, pelo Technologizer, e como a redefinição do e-mail, pelo Read Write Web, gerou tamanha expectativa em seu lançamento que convites passaram a ser vendidos no Ebay.

Inicialmente foram distribuídos 100 mil contas para beta-testers utilizarem a plataforma Google Wave antes do lançamento para usuários comuns. Somente em maio deste ano a plataforma foi aberta ao público sem exigir convites.

Uma enquete iniciada pelo Baguete Diário na semana passada aponta que 34% dos leitores que aderiram à plataforma em seu lançamento desistiram de usar ante 3% que ainda faz uso do Wave. Além disso, a maioria (57%) nem mesmo entrou no serviço e 6% segue usando apenas de forma corporativa.

No entanto, a ferramenta colaborativa que divide opiniões sobre seu futuro, ainda encontra espaço entre profissionais de comunicação e tecnologia.

Bruno Barreto, desenvolvedor da Kingolabs (empresa desenvolvedora do Migre-Me), é um dos entusiastas da plataforma e conta com o Wave para uso pessoal e empresarial.

“Uso para fazer um acompanhamento dos projetos que estou desenvolvendo sozinho ou em grupo. Quando é em grupo, o Wave facilita fazer reuniões em tempo real e já facilita mantendo toda discussão documentada”, afirma o tecnólogo formado em produção multimídia.

O desenvolvedor elogia ainda o recurso de lista de tarefas. “Dá pra criar uma lista e compartilhar com várias pessoas e cada um vai fazendo uma parte e marcando o que já está feito”.

Como usuário fiel do Wave, Barreto vê futuro para o serviço. “É uma super ferramenta que auxilia a realizar tarefas em grupo que antes só podiam ser feitas com programas como Skype ou o Live Messenger. A grande sacada do Wave é que funciona tudo online no próprio navegador”, completa.

Sobre a diminuição no número de usuários, Barreto afirma que as pessoas abandonaram o Wave porque só conheceram ele na época do desenvolvimento. “Hoje ele ainda está sendo desenvolvido, mas já está muito mais maduro e com muitas funcionalidades novas”, declara.

Para o coordenador do curso de Comunição Digital da Unisinos, Daniel Bittencourt, que também utiliza o Wave, a popularização do o serviço esbarra na questão da interface.

“Ele tem ótimas vantagens em relação ao e-mail, mas, definitivamente, mesmo um heavy user sente-se perdido diante da interface e das funcionalidades. Teria de ser mais intuitivo. se houvesse maior facilidade no uso, certamente a base de usuários aumentaria”, afirma o coordenador.

Mas nem todos tem opiniões tão favoráveis. Pedro Bezerra, que atua na área de planejamento da agência gaúcha Martins e Andrade, afirma ter desistido de usar já em seu lançamento.

“Tentei usar o Wave umas três vezes. Desisti principalmente porque a grande maioria das pessoas que fazem parte da minha networking também não usavam ou não entendiam a ferramenta. E uma social networking não funciona sem a sua networking”, declara.

Já o consultor da Conectt Daniel Vidor define o Wave como “um incompreendido” por ter tido alguns problemas assim que foi lançado.

“Claro que ele era lento, que dava problema, que as waves explodiam. Quase todas as nossas tecnologias digitais foram muito problemáticas no início”, afirma Vidor que usa o serviço para projetos pessoais e corporativos.

Como a Conectt tem unidades espalhadas pelo país, o Wave facilita a interação, afirma Vidor.

“Essa funcionalidade de trabalho online já existia no GoogleDocs, mas não com essa lógica de wave, tread ou replay. Com o passar do tempo, o Google continuou investindo na ferramenta. Hoje, além de ele ser aberto a todos, existe a possibilidade de criar waves específicas que já vem com gadgets específicos para aquela atividade escolhida”, declara o consultor.