HCPA: certificação digital para todo o corpo médico

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre é a primeira instituição de saúde pública do Brasil a adotar a certificação digital em larga escala para documentos de pacientes.

No HCPA, 1 mil médicos – ou todo o quadro de contratados da organização - já portam um smart card com certificado da ICP-Brasil para assinatura eletrônica de prontuários.
07 de julho de 2009 - 17:09
HCPA: certificação digital para todo o corpo médico
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre é a primeira instituição de saúde pública do Brasil a adotar a certificação digital em larga escala para documentos de pacientes.

No HCPA, 1 mil médicos – ou todo o quadro de contratados da organização - já portam um smart card com certificado da ICP-Brasil para assinatura eletrônica de prontuários.

Com isso, até o fim de junho 21 mil documentos já haviam sido assinados eletronicamente no hospital, com estimativa de economia de 170 mil folhas de papel por mês, já que o processo elimina a necessidade de impressões.

No hospital, um projeto piloto de certificação iniciou em 2007. Em abril deste ano, os certificados começaram a ser usados no setor de emergência.

Só nos primeiros dez dias, 71 profissionais já possuíam os smart cards, o que resultou na assinatura eletrônica de 3,3 mil documentos de 819 pacientes, reduzindo em 2,5 mil o número de impressões.

“O sistema foi incorporado ao AGH (Aplicativos para Gestão Hospitalar), que é o software de gestão de processos críticos do HCPA, por nossa equipe interna de TI”, conta Maria Luiza Falsarella Malvezzi, CIO do hospital. “A integração dos componentes de certificação digital, construídos com o framework Bouncy Castle, foi concluída em seis meses”, complementa.

Com a certificação digital, ao prescrever um medicamento, solicitar um exame ou realizar qualquer outro registro no prontuário eletrônico, os médicos do Clínicas geram documentos PDF, que são armazenados no banco de dados do AGH.

“Ao sair do sistema, o médico recebe a lista de documentos, onde é possível assinar individualmente ou em lote”, explica Lúcia Caye, gerente da área de Projetos de TI do Clínicas.

A certificação digital é, desde julho de 2007, uma exigência do Conselho Federal de Medicina para eliminar a obrigatoriedade dos registros em papel. No entanto, segundo Lúcia, a maioria dos hospitais brasileiros ainda não conseguiu se adaptar à nova tecnologia.

“Apenas em uma ou duas instituições privadas e de pequeno porte há inícios de experiências nesta área”, destaca ela.