TAXÍMETRO

Modelo de assinatura está condenado?

Modelo baseado em consumo pode emplacar com a crise econômica.

30 de janeiro de 2023 - 11:25
Pague só o que você consome. Foto: Depositphotos.

Pague só o que você consome. Foto: Depositphotos.

O modelo de pagamento mensal de assinaturas para o uso de software pode estar com os dias contatos.

Pelo menos, é o que aponta uma matéria do Business Insider, destacando que a pressão dos clientes por economizar pode levar cada vez mais empresas a migrar para um modelo de pagamento por consumo.

É uma tese ousada. O pagamento fixo mensal ou anual é a base do modelo de negócios de muitas empresas baseadas em Software como Serviço (SaaS, na sigla em inglês), como a Salesforce, gigante que surgiu apostando nesse modelo.

Hoje, o pagamento mensal por usuário se tornou quase que uma regra, com gigantes como Microsoft e Adobe tendo deixado para trás o sistema de licenciamento tradicional de software, a base do mercado de tecnologia por décadas.

Mas, como lembra o Business Insider, essa migração do modelo tradicional de licenciamento para o de assinaturas mensais realmente decolou como uma reação a outra crise econômica, causada pelo colapso do mercado imobiliário americano em 2008.

De uns tempos para cá, algumas empresas passaram a adotar o modelo de precificação baseada em uso, para o qual ainda não existe uma sigla em inglês, um problema que deve ser solucionado em breve.

Não se trata de algo exatamente novo. A AWS, líder no mercado de computação na nuvem, cobra dos usuários por minuto, em uma espécie de taxímetro. 

Novos players como a Snowflake calculam o preço baseado no volume de dados que o cliente usa.

Segundo analistas ouvidos pelo Business Insider, essa tendência deve dominar o mercado.

O problema da precificação baseada em uso é a falta de previsibilidade para o fornecedor, que tem que projetar a sua receita com base no consumo prévio dos clientes, que pode se repetir ou não. Para os clientes, é mais fácil reduzir o consumo do que cancelar uma assinatura.  

Por outro lado, em um clima de crise, essa é uma alternativa melhor para o fornecedor do que ter seu contrato cancelado.

Os analistas ouvidos pelo Business Insider também apontaram que modelos mistos com custos fixos e uma variável por consumo podem fazer sentido, principalmente em empresas que oferecem uma aplicação, como a Salesforce, e não infraestrutura, como a AWS.

Para as empresas de aplicação, a saída seria oferecer o seu produto principal por um preço fixo mensal, e cobrar os extras por uso.