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Eduardo Leonel, CEO da Mundial Logistics. Foto: divulgação.
A Mundial Logistics, especializada no gerenciamento de processos logísticos de material promocional e de healthcare, está construindo o seu data lake, um repositório que armazena, processa e protege grandes quantidades de dados, na plataforma Google Cloud.
“Hoje nós estamos hospedados na Equinix, porém vamos colocar essa nova tecnologia lá dentro do Google. Avaliamos Amazon e Microsoft, mas hoje o BigQuery da Google ainda tem um tempo de resposta incomparável com os demais”, explica Fernando Passos, fundador e presidente do conselho de administração da Mundial Logistics.
Para o projeto, a empresa contratou a Platform Builders, parceira paulista da big tech que atua com criação, estruturação e gestão de plataformas digitais. O data lake deve ser concluído ainda em 2024.
“Estamos fazendo um grande investimento para ser esse repositório de todos os sistemas envolvidos e processados, viabilizando a implementação de inteligência artificial e machine learning. Vamos conseguir trabalhar todas as informações que nós já temos disponíveis e que, agora, ficarão estruturadas para tomada de decisão”, explica Passos.
O principal dos sistemas envolvidos é o Web Client, uma plataforma proprietária que conecta dados e mostra o processo logístico para os clientes. Isso inclui desde o recebimento dos fornecedores nos centros de distribuição até o avançar dos estoques para as bases e, depois, a entrega no last mile.
Essa plataforma hoje faz a integração de todos os softwares da companhia, inclusive disponibilizando painéis de Business Intelligence (BI) para os clientes. A partir dela, eles conseguem acessar seu saldo de estoque, fazer controle gerencial da operação e gestão de serviços.
Com a criação do data lake, a ideia é fazer um upgrade no Web Client, incluindo inteligência artificial e implementando uma série de novas funcionalidades utilizando tecnologias de mercado.
FUTURA ASSISTENTE VIRTUAL
Segundo o fundador, o objetivo é construir uma base para, com todas essas informações, fazer predições e conseguir criar uma ferramenta interativa. O próprio cliente vai poder interagir através de prompt.
A ideia é que a futura ferramenta se torne uma assistente virtual, como se fosse um ChatGPT, que deve se chamar Lia.
“Não vai depender de uma área de atendimento, de interpretação. O cliente mesmo consegue, com base nas informações que estão dentro da Mundial, chegar aos insights necessários para viabilizar as campanhas”, destaca Passos.
Eduardo Leonel, CEO da Mundial Logistics, ressalta que a ideia não é robotizar o atendimento, mas sim facilitar o backoffice dos clientes com a ferramenta pronta para aquilo que faz sentido na hora da tomada de decisão.
Exemplos são a assistente dizer qual estoque o cliente precisa mover e como está a sua forração nos pontos de venda de determinada campanha, além de ajudar em atividades como emitir relatórios e consultar os seus BIs.
“A área de material promocional é muito crítica. Então, tendo uma ferramenta que seja capaz de ajudar a tomar a decisão correta em tempo real, a gente vai ser muito mais eficaz, muito mais assertivo. Hoje, ainda estamos muito nos BIs, olhando muito a operação no retrovisor”, acredita Leonel.
Com a expectativa de terminar o data lake dentro deste segundo semestre, a companhia pretende trazer cientistas de dados para trabalhar com Big Data e Analytics. Já a implantação da assistente virtual está prevista para a partir do ano que vem.
OUTROS PROJETOS
O CEO explica que, sobretudo neste fim de ano, a Mundial Logistics está investindo em duas grandes frentes: uma é a consolidação dos dados com o data lake e a outra é o foco na empresa sem papel.
A segunda passa por todos os processos da organização, tanto operacionais quanto de backoffice, com a automação dos processos administrativos.
“Ainda temos muita tarefa manual, muita coisa que precisa de Excel. Isso tudo agora tende a migrar para um processo mais inteligente para que as pessoas de atendimento possam trabalhar mais na consultoria, mais numa geração de valor do que na produção de relatórios”, destaca Leonel.
A automação também fará parte do novo armazém da companhia, seu segundo centro de distribuição, que deve entrar em operação no ano que vem com investimento de R$ 30 milhões. O CD atual conta com 30 mil pallets e o novo vai acrescentar mais 45 mil. Ambos ficam localizados em São Paulo.
No novo CD, a intenção é também trazer uma camada de IA sobre os sistemas de Warehouse Management System (WMS), da Zion Logtech, e Transport Management System (TMS), da ESL, a partir do segundo semestre do ano que vem.
“O grau de exigência do consumidor pessoa física logo depois da pandemia está migrando muito rápido para o setor do B2B. Tem uma exigência que só sobe, de você dar a informação mais rápido do que o produto. A informação a cada momento te tranquiliza. Por isso, esses projetos todos estão na mesa. Eu não posso ficar parado no modelo mental que funcionou bem até aqui”, explica Passos.
Com 25 anos de atuação, a Mundial Logistics tem duas grandes divisões de negócio, uma voltada para materiais promocionais e outra, para a área da saúde.
O material promocional vai desde folhetos, gôndolas, campanhas e tem clientes como a Mondelez e a Unilever. No segmento de healthcare, a empresa tem clientes como o laboratório Ache.
No total, a companhia tem 88 bases coligadas para levar esses produtos para o last mile. Além disso, conta com 600 pessoas e, com o novo CD, o número deve chegar a mil.