
Paulo Magnus, CEO da MV.
A MV, maior empresa de software para gestão no setor de saúde no Brasil, acaba de fazer um investimento de tamanho não revelado na Sofya, uma startup badalada no nicho “healthtech”.
Fundada em 2022 no Hospital Sírio-Libanês, um hospital de referência em São Paulo, a Sofya usa inteligência artificial para apoiar consultas médicas.
Até o fim de 2025, a tecnologia da Sofya será incorporada em todas as soluções MV, presente em milhares de hospitais e clínicas na América Latina.
A Sofya desenvolve soluções que vão desde a automação de tarefas rotineiras, como o preenchimento de documentos por comando de voz, até o suporte em decisões clínicas complexas, oferecendo diagnósticos diferenciais, recomendações de exames, otimização de filas em pronto atendimentos e identificação de riscos críticos em prontuários eletrônicos.
“Estamos unindo a eficiência da nossa plataforma à sofisticação da inteligência artificial da Sofya. Não tenho dúvidas de que essa colaboração vai permitir o desenvolvimento de uma inteligência médica capaz de transformar a prática clínica e levar a inovação da MV a um novo patamar”, afirma Paulo Magnus, CEO da MV.
A tecnologia já foi usada em 1 milhão de consultas e foi aceita recentemente para o Mayo Clinic Platform Accelerate, o mais respeitado programa global de desenvolvimento de tecnologias médicas baseadas em inteligência artificial.
Com valuation de R$ 50 milhões em 2025, a startup já recebeu prêmios relevantes no ecossistema global de inovação, como o Johnson & Johnson Health-Tech LATAM e Mana Tech LATAM Competition.
Também teve destaque em eventos como Stanford AIMI, Oracle World e publicação na AAAI (Associação para Avanço da Inteligência Artificial) , sendo reconhecida como pioneira no primeiro treinamento de Clinical LLM para interoperabilidade no mundo.
ACORDO ACELERA IA NA MV
A compra de uma participação na Sofya acelera os planos de IA da MV.
Ainda no final de agosto, a empresa anunciou a captação de R$ 50 milhões para projetos na área junto da Finep, órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia focado no desenvolvimento de pesquisa no país.
O dinheiro, a ser aportado nos próximos três anos a fundo perdido (ou “não reembolsável”, no jargão da Finep) será usado para construir um modelo em português para a compreensão e processamento de dados de saúde, apto a agir em situações clínicas, administrativas e operacionais próprias da realidade brasileira.
Segundo a MV, trata-se de uma “solução pioneira de inteligência artificial generativa verticalizada”.
O projeto contará com a participação direta e indireta de cerca de 50 profissionais, das áreas de tecnologia e saúde.
A MV fechou o ano passado com um faturamento de R$ 638 milhões, uma alta de 27% frente aos resultados de 2023.
A empresa projeta alcançar R$ 1 bilhão em faturamento até 2027, o que significa um crescimento crescimento anual na casa dos 16%.
Com soluções presentes em 12 países, a MV impacta atualmente mais de 5 mil instituições de saúde, com 178 mil leitos administrados pelas suas tecnologias.