NA BASE DA TROMBADA

Pessoal da TI suando a camisa no rúgbi

De Porto Alegre, o Guasca Rugby Clube é um time de rúgbi e boa parte dos jogadores trabalha na TI.

10 de maio de 2013 - 17:48
Guasca Rugby em ação. Foto: divulgação.

Guasca Rugby em ação. Foto: divulgação.

No Brasil, rúgbi não é exatamente a ideia de esporte que a maioria das pessoas tem na cabeça. Mesmo assim, este agressivo esporte vem conquistando uma base fiel de praticantes no país. De Porto Alegre, o Guasca Rugby Clube é um time de rúgbi. E boa parte dele é formada por profissionais de TI.

Criado por Paulo Barbosa, gerente na Embratec, empresa de segurança de TI na capital gaúcha, a ideia do time nasceu em setembro de 2012. Os treinos começaram em novembro.

Barbosa conheceu e praticou o esporte durante um período no qual residiu na Espanha onde o esporte é mais popular. Segundo ele, o clube contou inicialmente com colegas da companhia e amigos que apreciavam o esporte.

"Começamos com aproximadamente dez jogadores, o que é pouco. Somente alguns de nós conheciam de fato como jogar, e outros embarcaram nessa pra aprender", disse.

Rapidamente a notícia se espalhou entre os colegas e nas redes sociais, chamando a atenção de outros fãs do rúgbi, que se juntaram aos treinos, que são feitos três vezes por semana no parque Marinha do Brasil.

"Hoje contamos com aproximadamente 38 integrantes, desde desenvolvedores da Dell a estudantes de outras áreas. Temos jogadores de 17 até 43 anos. A média fica nos 25. Aproximadamente metade da equipe trabalha na área de TI", afirma Barbosa.

Após participar de diversos amistosos e alguns torneios, o Guasca agora se prepara para um novo desafio: participar do Campeonato Gaúcho de Rúgbi, onde começará na terceira divisão.

TI ESPORTISTA?

Embora reconheça que o estereótipo do profissional de TI que não gosta muito de atividade física existe, Barbosa rebate e mostra que a categoria gosta sim de se exercitar.

"O pessoal gosta de se superar. Mesmo após um dia cansativo de trabalho, eles aparecem no treino. Acaba sendo uma terapia pro stress", revela.

Mesmo com as trombadas, o que é natural no esporte, até o momento nenhum dos participantes sofreu maiores lesões durante os treinos e jogos.

"Ocorre de no dia seguinte alguém chegar com uns arranhões ou hematomas, mas é um risco que se assume", ri.

De acordo com o idealizador do time, o rúgbi só trouxe benefícios até o momento. Inclusive, um de seus colegas de trabalho teve boas notícias após entrar na porrada do jogo.

"Ele, que era sedentário antes de participar do Guasca, foi fazer um check-in e melhorou bastante a saúde em geral", afirma.

TODO MUNDO PODE PARTICIPAR?

Para Barbosa, o rúgbi é um esporte muito democrático onde todos têm uma posição em campo e o importante é trabalhar em grupo.

"O clube é aberto a todos que desejam conhecer ou praticar rúgbi, independente de idade, altura ou peso", ressalta.

Como ele explica, o esporte conta com diferentes posições, que funcionam para diferentes portes físicos.

"Quem tem um porte físico mais avantajado, é mais indicado para posições com maior impacto, assim como os mais atléticos podem usar a velocidade para escapar dele", diz.

Mesmo assim, ele frisa que não é de uma hora para outra que alguém pode sair jogando. É necessário o treino para que se aprenda as técnicas para sofrer impactos e não se machucar.

POPULARIDADE

Se no Brasil o esporte do povão é o futebol, em países como África do Sul, Nova Zelândia e Austrália, o rúgbi lidera.

Mesmo assim, outros países - incluindo o Brasil - estão se rendendo ao charme bruto do esporte.

Eventos como a Copa do Mundo de Rugby, realizada a quatro anos, reúnem milhões de fãs, em um audiência que cresce a cada edição.

No Brasil, o esporte também cresceu em praticantes e reconhecimento. Recentemente, a fabricante de artigos esportivos Topper chegou até a fazer uma campanha publicitária focando o esporte.

No Rio Grande do Sul, conforma destaca Barbosa, já existem cerca de 35 clubes dedicados à prática.