Poluição do ar em São Paulo mata oito por dia

A poluição atmosférica mata indiretamente, em média, oito pessoas por dia na cidade de São Paulo. É o que revela a pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos para o Meio Ambiente da Universidade de São Paulo (USP).

A exposição aos diversos poluentes emitidos também reduz a expectativa de vida dos habitantes: o paulistano perde cerca de dois anos de vida por morar em um local poluído.

26 de agosto de 2010 - 09:51

A poluição atmosférica mata indiretamente, em média, oito pessoas por dia na cidade de São Paulo. É o que revela a pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos para o Meio Ambiente da Universidade de São Paulo (USP).

A exposição aos diversos poluentes emitidos também reduz a expectativa de vida dos habitantes: o paulistano perde cerca de dois anos de vida por morar em um local poluído.

Embora o número seja assustador, o número de mortes já foi mais alto - 12 mortes diárias em função dos poluentes. O dado mostra que ações como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) e o rodízio foram positivas para a melhoria da qualidade de vida na capital.

Entretanto, segundo o professor Paulo Saldiva, as conseqüências da poluição à saúde ainda são alarmantes e é preciso mais medidas para enfrentá-las. "Diferentemente do cigarro, a poluição do ar não pode ser evitada pelas pessoas".

Segundo ele, quem mais tem problema de saúde decorrente da inalação de poluentes são os idosos, que acabam sendo vítimas principalmente de pneumonia, enfarte e enfisema. Já as crianças, que vêm na seqüência na lista de mais afetadas, têm pneumonia e asma.


Além das oito mortes diárias induzidas pela poluição, uma pesquisa do laboratório indica que há um aborto por dia na cidade, depois do quinto mês de gestação, em decorrência do problema. "O fluxo arterial na placenta se reduz nos dias de maior poluição."

A pesquisa, apresentada pelo Núcleo, mostra que o uso de energia é o principal responsável pela emissão de metano e dióxido de carbono, com 76%.

Nesse estudo, o vilão mais uma vez foi o transporte. A utilização de combustíveis fósseis representa 88,7% das emissões decorrentes do uso de energia - e a gasolina é o combustível que mais contribui para a poluição, com 35,7%.