
“É uma previsão dura, mas ainda há tempo para que os empresários tomem medidas”, apontou o consultor, que tem 1.100 clientes em 55 países diferentes. Para Hajjar, a fórmula da sobrevivência é romper a “síndrome de Dom Quixote” que afeta a maioria dos empreendedores do setor. “É preciso fechar parcerias, participar de entidades, não tentar fazer tudo sozinho”, avisou o paulista.
Segundo Hajjar, as empresas de TI devem realizar fusões para aumentar sua lucratividade. “Nossa média de faturamento é de R$ 1,1 milhão e em muitos casos fica na casa dos R$ 240 mil. Não faz sentido ter um negócio para isso”, espetou. Além disso, disse, é necessário investir mais em gestão, uma vez que má administração e pouca ênfase em marketing e vendas seriam os quesitos responsáveis por mais de 80% das falências na área. Uma das causas disso reside na formação dos gestores à frente do empreendimento: 85% deles provém de áreas técnicas.
O especialista prevê que, caso não cresçam, as empresas nacionais serão presa fácil para multinacionais como TATA e EDS, que vão “levar funcionários embora em caminhões”, ou mesmo de organizações argentinas, que estão investindo muito em qualificação – 47% aplicam mais de 4% do faturamento em treinamento, enquanto no Brasil a quantidade de companhias fica em 8%. “Sempre se fala na concorrência da Índia. E os argentinos? Lá o mercado é estável desde 1990. Não tem espaço. É normal que eles venham”, previu Hajjar. No país vizinho, 26% das organizações exportam 100% da sua produção.
Encontro é oportunidade para fechar negócios
Cerca de uma centena de empresas passaram pela PUC-RS nesta quarta-feira, 21, durante o 2º Encontro das Empresas de TIC. Grande parte da programação do evento é dedicada a favorecer o fechamento de parcerias entre os participantes. “É um modelo de relacionamento pouco usado no Brasil e principalmente no RS”, comenta Julio Ferst, diretor superintendente da Assepro-RS. “É preciso se apresentar no mercado com soluções e suporte comercial de alto nível, mesmo que as companhias por trás sejam de menor porte. É o único caminho para sobreviver”, completa Ferst.