IRREGULARIDADES?

TCU barra acordo da Caixa com a IBM

Contrato de R$ 1,2 bilhão, que envolvia a criação de uma joint-venture entre o banco e a Big Blue, foi suspenso.

24 de abril de 2015 - 11:18
Negócio da Caixa e IBM foi barrado pelo TCU. Foto: divulgação.

Negócio da Caixa e IBM foi barrado pelo TCU. Foto: divulgação.

O Tribunal de Contas da União (TCU) barrou um contrato firmado pela IBM com a Caixa Econômica Federal em 2012, no valor de R$ 1,2 bilhão, envolvendo a criação de uma joint-venture entre o banco e a empresa de TI.

A manobra envolvia a criação de uma microempresa denominada Branes, controlada pela IBM e a Caixa como sócia, em que seriam desenvolvidas soluções de tecnologia para o serviço de crédito imobiliário, evitando a necessidade de licitações para isso, já que a empresa figuraria como subsidiária do banco.

O Ministério Público junto ao TCU, suspendeu o negócio em 2013 ficando o julgamento pendente até esta semana. Entretanto, o TCU percebeu o contrato como uma "aquisição de uma empresa de prateleira".

Segundo aponta o Covnergência Digital, um escritório de contabilidade serviria de fachada para a IBM driblar as licitações do banco na área de TI. 

Um indício foi uma dispensa de licitação da Caixa no valor de R$ 1,194 bilhão, para "prestação de serviços de operacionalização de originação do crédito imobiliário" pelo prazo de 60 meses.

A Caixa defendeu a contratação da Branes por conta da participação direta e indireta de 49% na empresa, através da Caixapar, empresa criada para captar investimentos no mercado e que permitiria a contratação serviços da IBM por dispensa de licitação.

Outro ponto curioso durante a análise do caso IBM, foi a recente parceria entre a Caixa e a Capgemini, em que o banco adquiriu uma fatia pequena do controle societário da CPM Braxis, empresa controlada pela multinacional francesa.

Entretanto, mesmo que a manobra seja semelhante ao que a Caixa tentou com a IBM, neste caso o TCU não se manifestou para impedir a parceria. Neste meio tempo, a Caixa já adquriu um ERP da Capgemini, em um contrato de R$ 518,4 milhões sem licitação.

Segundo fontes de mercado, as mexidas não param por aí, com a Caixa rescindindo contratos com empresas de TI e repassando para a CPM Braxis Capgemini pelo triplo do preço, sem licitações, sob o argumento que a CPM Braxis é uma empresa subsidiária da Caixa e não apenas uma coligada, como no caso IBM.