EDUCAÇÃO

UFMG terá instituto de IA para cibersegurança

Centro deve focar em temas como privacidade, capacitação e proteção de infraestrutura.

26 de agosto de 2025 - 09:22
Michele Nogueira, Vice-Coordenadora do INCT-IACiber - Foto: Instagram

Michele Nogueira, Vice-Coordenadora do INCT-IACiber - Foto: Instagram

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) será sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Inteligência Artificial para Cibersegurança (INCT-IACiber), voltado à pesquisa científica de ponta, formação de recursos humanos e inovação em IA e cibersegurança.

O instituto foi criado em consonância com o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024–2028, em parceria com outras universidades do país e articulado com instituições internacionais, empresas e órgãos públicos.

A ideia do INCT-IACiber é avançar o conhecimento na interseção entre as áreas de inteligência artificial e cibersegurança, proteger dados sensíveis, capacitar profissionais de excelência e desenvolver soluções para resguardar infraestruturas críticas.

Outro fator importante para a criação do instituto é garantir a privacidade dos cidadãos e apoiar políticas públicas de cibersegurança robustas e responsáveis. 

O projeto reúne pesquisadores e profissionais das áreas de direito, sociologia e psicologia, conectando tecnologia, legislação, sociedade e inovação.

Uma das responsáveis pelo projeto será Michele Nogueira, cientista da computação com atuação nas áreas de redes de computadores, segurança de redes e privacidade de dados. Ela ocupará o cargo de vice-coordenadora do INCT-IACiber.

Nogueira tem doutorado em Ciência da Computação pela Sorbonne Université e realizou pós-doutorado na Universidade Carnegie Mellon (CMU), em Pittsburgh (EUA), com bolsa de Estágio Pós-Doutoral no Exterior da Capes, Programas Estratégicos – DRI.

A coordenadora foi membro titular do Conselho Nacional de Proteção dos Dados Pessoais e da Privacidade (CNPD), da Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD), além de ser professora associada do Departamento de Ciência da Computação da UFMG.

A criação de um órgão destinado a estudos de cibersegurança no país se faz necessária, já que o Brasil ocupa hoje a segunda posição no ranking mundial de ataques cibernéticos, com 1.379 ataques por minuto, segundo o Panorama de Ameaças para a América Latina 2024.

As empresas brasileiras devem investir, entre 2025 e 2028, o equivalente a R$ 104,6 bilhões em cibersegurança, uma alta de 43,8% em relação ao período anterior.

“A maioria das organizações ainda reage aos incidentes em vez de se proteger antecipadamente. A cibersegurança só é pautada depois do prejuízo, o que gera uma consciência momentânea, mas resulta em consequências como a perda de credibilidade e de negócios”, afirma Nogueira.

Para que o mercado nacional mantenha competitividade e esteja aderente aos padrões e exigências de segurança em um mundo que avança rapidamente com a inteligência artificial, defender o ciberespaço, a economia e os direitos fundamentais torna o INCT-IACiber uma peça-chave no processo de conexão entre academia, governo, empresas e sociedade.