Uruguai tem portas abertas para TI

O Uruguai pode ser uma boa oportunidade para empresas de TI brasileiras interessadas no mercado internacional.

No país, abundam incentivos para atrair companhias estrangeiras, que não necessitam de sócios locais, como acontece no Brasil, por exemplo. O estímulo é oferecido em todo território nacional, com características diferenciadas nas chamadas zonas francas.

03 de abril de 2008 - 20:55
Uruguai tem portas abertas para TI
O Uruguai pode ser uma boa oportunidade para empresas de TI brasileiras interessadas no mercado internacional.

No país, abundam incentivos para atrair companhias estrangeiras, que não necessitam de sócios locais, como acontece no Brasil, por exemplo. O estímulo é oferecido em todo território nacional, com características diferenciadas nas chamadas zonas francas.

Empreendimentos de TI não declaram imposto sobre os rendimentos em todo país. Nas zonas francas, também não pagam taxas sobre serviços – o que facilita a contratação dos chamados PJs – ou qualquer tarifa de importação. A remessa de divisas é liberada.

Com uma uma carga tributária sobre a folha muito inferior ao Brasil – menos de 20% do total –, o Uruguai libera as empresas instaladas em zonas francas de pagar taxas do tipo para os integrantes estrangeiros das equipes, que geralmente ocupam cargos de direção.

Profissionais de fora que sejam residentes pagam uma taxa fixa de 12% de imposto de renda. A única condição trabalhista é que os uruguaios sejam 75% dos contratados, o que também pode ser negociado na fase inicial. O salário médio para um analista júnior fica entre US$ 800 e US$ 1 mil brutos.

“A falta de mão de obra de TI é um problema em todo mundo, mas aqui temos boas perspectivas”, comenta Jaime Miller, diretor Comercial da Zonamérica, zona franca especializada em serviços na qual trabalham 2,5 mil técnicos de TI, 500 deles na multinacional indiana TCS.

De acordo com Miller, a procura por formações tecnológicas é crescente no país. Hoje, 21% dos 80 mil universitários do país fazem faculdades em áreas técnicas. “É só ver os classificados, quase metade das vagas são ligadas à área”, comenta o executivo uruguaio.

O bom nível da educação universitária no país também permite iniciativas de capacitação como a conduzida pela TCS, que dá formações gratuitas em Java e HTML a arquitetos, contadores e engenheiros.

Zonamerica
A Zonamerica é um capítulo à parte na ambição uruguaia de incluir a TI na base da sua economia. O software desenvolvido no local responde por 10% da pauta de exportações do país, algo como US$ 150 milhões. Incluindo serviços financeiros, de logística e consultoria também instalados no parque, falamos de US$ 400 milhões, 10% do PIB.

As instalações estão em expansão, convertendo o lugar em um mundo à parte, a meia hora do centro de Montevidéu. São 23 edifícios em 92 hectares. “Há espaço para o dobro”, resume Miller, que destaca que a expectativa é chegar aos 10 mil empregados até 2009.

Passos mais ousados estão previstos. Os administradores de Zonamerica dispõem de maim 500 hectares, nos quais planejam instalar um condomínio fechado, incongruentemente batizado de Jacksonville, além e uma universidade.

Grife atrai empresários uruguaios
A grife internacional da Zonamerica atrai também empresas locais, interessadas na credibilidade embutida no fato de operar no local. É o caso da Bantotal, companhia especializada em software para o segmento bancário para a qual as exportações respondem por 95% do faturamento.

“Economiza muito trabalho dizer que estamos aqui”, resume Marcelo Bertorelli, executivo de contas da Bantotal, que emprega 160 pessoas. Para ele, a vantagem justifica os custos, estimados em US$ 2 mil por mês para uma sala básica de 100 m2, com serviços básicos.

Maurício Flach Renner cobre a Missão de TI ao Uruguai a convite de Assespro-RS, Softsul e Seprorgs, com um notebook HP Compaq 6710b da HervalTech.