
Sandro Cortezia, CEO da Ventiur. Foto: Divulgação.
A Ventiur, uma aceleradora de startups sediada em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, vai dobrar sua equipe, contratando 20 profissionais.
A lista de oportunidades inclui posições remotas de head para áreas de seleção de startups e marketing, mas também oportunidades focadas em Toledo, no interior do Paraná, ou para estados como Tocantins, Maranhão e Amapá.
A Ventiur também acaba de inaugurar um escritório em São Paulo, dentro da sede da Stefanini, que é investidora na aceleradora. Como fica claro, a Ventiur quer solidificar uma presença nacional em 2022.
Criada em 2013, a Ventiur já avaliou mais de 3 mil startups em todos estados brasileiros e investiu em mais de 70 negócios inovadores, avaliados hoje em mais de R$ 400 milhões.
Até agora, porém, a aceleradora tinha mais visibilidade no Rio Grande do Sul, onde atua por meio de convênios com universidades reconhecidas como Feevale, UCS, PUC-RS, UFRGS e Unisinos.
O estado é também a origem de 70% dos 255 investidores que fizeram aportes de entre R$ 50 mil e R$ 250 mil na aceleradora. Dentro das startups investidas, 62% são gaúchas.
De qualquer forma, a Ventiur não está começando do zero em nenhuma das regiões onde busca agora contratar profissionais.
Em São Paulo, a aceleradora foi selecionada pelo Sebrae-SP para capacitar 1 mil startups sobre captação de investimentos nos próximos dois anos.
A Ventiur já fez um investimento em uma das empresas participantes: a Neo PTO, dona de uma tecnologia de inteligência artificial focada no campo de registro de patentes.
No norte do país, a Ventiur foi selecionada pelo Sebrae-AM para operar o Inova Amazônia, um programa voltado para aceleração de 50 empresas com produtos e tecnologias relacionadas com a região.
Em Toledo, no interior do Paraná, a Ventiur é a operadora de um veículo de investimento em startups com um capital total de R$ 5 milhões do Biopark, um parque tecnológico criado por Luiz Donaduzzi, fundador na Prati-Donaduzzi Medicamentos Genéricos, uma das maiores do segmento no país.
Só com o acordo com o Biopark e cotas reservadas para um novo grupo que está sendo lançado em parceria com o Tecnopuc, o parque tecnológico da PUC-RS, a Ventiur já captou neste primeiro trimestre cerca de R$ 8 milhões, o mesmo valor captado durante todo o ano passado.
Com grandes empresas anunciando quase que semanalmente novos fundos voltados para startups na casa dos R$ 100 milhões, o valor disponível para investimentos na Ventiur é relativamente modesto, o que torna a expansão nacional ainda mais necessária.
“Existe capital sobrando para startups no Brasil hoje. O que nós precisamos fazer é analisar muitas empresas no país todo, para encontrar os empreendimentos promissores no nascedouro”, resume o CEO da Ventiur, Sandro Cortezia.
Além de chegar primeiro, a Ventiur quer também reforçar o seu posicionamento como “smart money”, aumentando a atratividade do seu dinheiro ao oferecer também amplas possibilidades de mentoria e networking.
Segundo destaca Cortezia, o aumento da quantidade de capital disponível é também uma oportunidade para a Ventiur, ao criar condições mais propícias para que a aceleradora venda suas participações, o que se chama no jargão de “fazer um exit”.
Vender as participações é fundamental para dar retorno aos investidores e tornar-se mais atrativo como aceleradora.
A Ventiur já fez alguns exits chamativos, incluindo a Devorando, vendida para o iFood em 2016, a Meerkat, vendida para a Acesso Digital em 2020, e a Suiteshare, vendida para a VTEX em 2021.