Ailton Brandão, CIO do Hospital Sírio-Libanês. Foto: Wanezza Soares/divulgação.
O Hospital Sírio-Libanês, um dos principais complexos hospitalares do Brasil, é um dos grandes clientes da Amazon Web Services (AWS), empresa de computação em nuvem que acaba de completar 10 anos de operação no país.
Ailton Brandão, CIO do hospital, ingressou no Sírio-Libanês em 2017, quando enfrentou o desafio da nuvem ainda ser considerada um “pecado”.
“Havia o questionamento: você vai colocar os dados dos pacientes na nuvem? Onde é isso, que garantias que a gente tem, que segurança é essa que a nuvem nos oferece? Ainda tinha muito preconceito, muito desconhecimento”, contou Brandão na semana passada, em um evento da AWS para jornalistas em São Paulo.
Com isso, o então novo CIO precisou desmistificar os receios da companhia com base em fatos e dados.
“Os médicos falavam: eu quero saber, quero visitar, quero fotos. E eu explicava: você não vai ter fotos, não vai visitar justamente pela segurança. Ninguém sabe onde está, não somos nós que vamos encontrar”, relatou.
Em questão de meses, a instituição começou com um projeto em um pequeno sistema departamental. Neste caso, o que levaria seis meses para entrar no ar precisou de seis dias.
Sem a nuvem, o sistema era avaliado, escolhido, depois era preciso fazer uma ordem de compra dos servidores, importá-los dos Estados Unidos, montá-los no Brasil e fazer a instalação.
Com os servidores funcionando no data center, ainda era preciso provisionar a rede, a instalação elétrica, instalar o sistema, fazer os testes e a migração.
“Por isso a gente mostrou o encurtamento desses processos, o fato é mais forte que qualquer discurso, qualquer palavra. Estava claro que, no sistema departamental, a coisa se mostrou funcional e produtiva”, explicou o CIO.
Para sair do sistema departamental em direção ao sistema crítico de core business, o trabalho foi mais complexo e exigiu novamente a ajuda do time de professional services da AWS. A equipe montou um centro de excelência de operações cloud dentro do hospital.
“Não adianta ter lá os melhores desenvolvedores, os melhores cientistas de dados usando a nuvem. Precisa ter uma gestão profissional por trás disso. Se não, os custos disparam e a estabilidade e a segurança ficam comprometidas”, ressaltou o executivo.
Entre 2017 e 2018, a AWS treinou engenheiros e profissionais de segurança, bem como os do setor financeiro. Depois disso, vieram demandas como a criação de produtos digitais, novo site, novo aplicativo de pacientes, portais — tudo isso sendo construído dentro da nuvem.
Em 2020, com a chegada da pandemia, foi preciso investir em telemedicina. No programa até então existente, eram feitas dezenas de consultas por semana, mas a necessidade saltou para milhares.