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Foto: Jade Queiroz/Mtur.
O governo estadual do Ceará decidiu mudar em 1 quilômetro o local da maior usina de dessalinização de água do Brasil, projetada para ser instalada na Praia do Futuro, em Fortaleza.
A nova proposta foi apresentada na última sexta-feira, 14, para o Ministério das Comunicações e para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em Brasília.
“A reunião foi muito exitosa, porque encontramos um acordo que concilia termos a usina de dessalinização na Praia do Futuro e, ao mesmo tempo, o investimento das empresas que têm cabo de fibra óptica no Ceará”, pontuou Elmano de Freitas, governador do Ceará.
No terreno inicialmente planejado, o governo agora pretende implantar um centro de tecnologia, aproveitando a disponibilidade de redes de dados proporcionada pelos cabos submarinos e data centers.
Segundo o Executivo, o empreendimento está sendo estudado para funcionar como um hub “para facilitar a atração de empresas na área de tecnologia, servir como um local de desenvolvimento e incubação de startups além de possibilitar a formação de mão de obra qualificada para o setor”.
Os projetos para a nova área levarão cerca de quatro meses para serem atualizados e, então, dar início às obras.
“A Anatel se sente extremamente satisfeita com a proposição. Certamente nós vamos internalizar isso junto à agência, mas, pela análise preliminar, já feita até aqui, a propositura atende tudo que a Anatel se propôs”, avalia Vicente Bandeira de Aquino Neto, presidente da Anatel.
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O projeto da usina chamada Dessal Ceará é motivo de discussão porque sua localização original poderia colocar em risco a conexão de Internet de todo o país, uma vez que a Praia do Futuro abriga 17 cabos submarinos de fibra óptica que garantem o serviço em todo o território brasileiro.
Além disso, os cabos atendem países vizinhos e o continente africano, se configurando como o segundo maior hub do mundo de sistemas ópticos do tipo, atrás apenas de Marselha, na França.
A preocupação da Anatel era de que as obras afetassem a estrutura, responsável por 99% do tráfego de dados nacional, que possibilita a interconexão do Brasil com o resto do mundo. Caso isso acontecesse, o país poderia ficar completamente offline ou ter sua conexão desacelerada.
Com o objetivo de evitar esse cenário, a Anatel havia emitido uma recomendação contrária ao projeto ainda em setembro do ano passado.
A determinação inicial era uma distância mínima de 500 metros entre os dutos da usina e os cabos submarinos. Ao longo do tempo, novos problemas foram identificados. Com isso seria preciso aumentar a distância para 1,5 quilômetros.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que lidera o projeto, está investindo R$ 3,2 bilhões na construção, que busca ampliar em 12% a oferta de água na Grande Fortaleza.