O fim de uma era? Foto: Pexels.
A tendência de home office em massa desencadeada pelo coronavírus dá os primeiros sinais de arrefecimento.
De acordo com dados do IBGE, o número de pessoas ocupadas que trabalhavam de casa caiu 7,8% na segunda semana de julho na comparação com a primeira.
O número passou de 8,9 milhões para 8,2 milhões, com um total de 700 mil pessoas voltando para os seus escritórios.
É a primeira queda registrada no número desde maio, quando a pandemia chegou com força no Brasil e o IBGE começou a coletar números.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, a redução de pessoas em home office ocorre por causa da flexibilização do isolamento social pelo país.
“A redução reflete o que já estamos vendo, que é o retorno de parte dessas pessoas aos seus locais de trabalho antes da pandemia”, afirma Vieira.
O IBGE pode estar mostrando os “early adopters” de uma tendência mais ampla.
Nesta semana, a KPMG divulgou uma pesquisa com 700 empresários apontando que 21% pretende retornar ao trabalho nos escritórios (o que poderia ser chamado de “velho normal”) ainda em agosto.
A maior parte (35%) projeta a volta entre setembro e dezembro deste ano. Só 9,4% estão falando de voltar em 2021.
A maioria (30,3%) disse que voltará, inicialmente, com no máximo 30% dos profissionais. Esse quantitativo chegará até 50% dos profissionais para 27% das empresas.
O IBGE não abriu dados setoriais e a mostra da KPMG só tinha 9% de empresas na categoria tecnologia, mídia e telecomunicações, então não é possível saber como o setor de TI está pensando o assunto.
Divulgações de diversas empresas do setor nas últimas semanas dão a entender que o home office deve ser mais prolongado no setor de TI.
Mais de uma dezena de empresas divulgaram decisões no sentido de prolongar o seu home office até o final de 2020.
A lista inclui desde grandes empresas, como a CI&T, empresa de desenvolvimento de software com 2,3 mil funcionários; médias, como a Zenvia, companhia gaúcha de plataforma de comunicação e serviços móveis com 270 funcionários, além de uma grande quantidade de startups.
Nesta semana, a AMcom, empresa de desenvolvimento de software sediada em Blumenau, avisou que vai manter 300 funcionários em home office até que esteja disponível uma vacina para o Covid-19.