ENTREGAS

Amazon adquire parte da Rappi

Investimento da norte-americana de US$ 25 milhões dará direito a 12% da colombiana de delivery.

09 de setembro de 2025 - 11:32
Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

A Amazon, empresa de Jeff Bezos, teria realizado a compra de uma fatia da colombiana Rappi, destinada ao delivery de alimentos, de olho no mercado desse segmento na América Latina.

Segundo informações do site Neofeed, a transação pode ter envolvido a quantia de US$ 25 milhões (algo em torno de R$ 135 milhões), por uma participação de tamanho não revelado. 

A Amazon tem direito de compra de até 12% da Rappi.

A big tech quer fortalecer sua rede logística para disputar com o Mercado Livre, sua principal concorrente nos países latino-americanos, principalmente no México, onde a Rappi é uma das líderes do segmento, com 40% do mercado.

No Brasil, a gigante americana quer utilizar o Rappi Turbo, modalidade que entrega produtos em até 10 minutos pelo app e que está envolvida na transação, para ampliar as possibilidades de suas entregas rápidas.

A Amazon também estaria de olho no mercado de farmácias, setor em que a Rappi tem força no país e que também é alvo do Mercado Livre.

Já a Rappi espera fortalecer ainda mais suas ações no mercado brasileiro, dominado pelo iFood com mais de 80%, além das investidas recentes da 99Food e da futura entrada da chinesa Meituan, que investirá R$ 5,6 bilhões em cinco anos no Brasil e irá operar sob a marca Keeta.

Enquanto as empresas se movimentam para ampliar mercados, especialistas do setor jurídico levantam pontos sobre os riscos regulatórios e questionamentos de órgãos de defesa da concorrência, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Para Fernando Canutto, sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Empresarial, investimentos como esse podem gerar efeitos no ambiente comercial.

“Quando empresas desse porte fazem movimentos estratégicos, sempre há a possibilidade de análise mais aprofundada por parte das autoridades. O objetivo é verificar se há concentração de mercado ou práticas que possam limitar a concorrência”, afirma Canutto.

O investimento inicial da Amazon na Rappi teria sido realizado em notas conversíveis, ou seja, dívidas que podem ser convertidas em ações, o que permite que a norte-americana, em determinado momento, transforme o valor aportado em participação societária.

Fundada em 2015, a Rappi está presente em mais de 100 cidades brasileiras, além de Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Peru e Uruguai.

A empresa conta com investidores como SoftBank, Sequoia Capital e T. Rowe Price. Recentemente negociou um empréstimo de US$ 100 milhões com a Kirkoswald e o Banco Santander para expansão no mercado da América Latina.