COMEX

Asia Shipping compra parte da Dati

Startup de Santa Catarina deve ajudar a automatizar importações. 

 

19 de abril de 2024 - 08:43
Asia Shipping traz contêineres cheios para o Brasil. Foto: Depositphotos.

Asia Shipping traz contêineres cheios para o Brasil. Foto: Depositphotos.

A Asia Shipping, uma das maiores importadoras de produtos da China atuante no Brasil, acaba de comprar uma participação da startup catarinense Dati, dona de uma solução de inteligência artificial voltada para o segmento de comércio exterior.

Não foi revelado nem o valor, nem o tamanho da participação adquirida pela Asia Shipping ou nada mais sobre as condições do negócio. 

O anúncio é interessante porque a Asia Shipping não é qualquer importadora. 

Com quase 30 anos de mercado, a empresa é a única integradora logística da América Latina e a única da região presente no Ranking dos 50 maiores agentes de carga do mundo, ocupando a 31ª posição.

A Dati foi fundada em 2014 em Florianópolis por Daniel Martins, um profissional que atua na área de comércio exterior desde o final dos anos 90. A empresa lista 30 funcionários no LinkedIn e exibe clientes como Intelbras, BRF e Lojas Torra no seu site.

Com o negócio, a Asia Shipping afirma que será capaz de automatizar em até 87% a rotina na importação com uso de inteligência artificial abrangendo supply chain, desembaraço, logística internacional e logística nacional. 

“Trata-se de um serviço diferente de tudo que existe no mercado e que promete transformar o setor globalmente, ao unir todas as informações necessárias em um único local”, afirma Alexandre Pimenta, CEO da Asia Shipping.

No ano passado, a Asia Shipping cresceu quase quatro vezes mais que o mercado na importação marítima de contêineres cheios. Enquanto o crescimento do mercado foi de 6,10%, a multinacional brasileira atingiu uma taxa de 22,42%.

Em 2024, a expectativa é que a Asia Shipping cresça pelo menos o dobro do mercado, apostando na importação de eletrodomésticos de linha branca, placas fotovoltaicas (energia solar) e automotivo.

MOVIMENTOS

Alguma coisa parece estar se movendo entre as empresas que fazem o comércio exterior acontecer no Brasil, especialmente no que tange a importação da China.

Vale lembrar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil, e a origem de 24% das importações do país, um volume de US$ 5 bilhões em 2023.

No ano passado, abriu as portas no Brasil a JoomPro, uma gerenciadora de compra e importação de produtos da China, com um investimento previsto de US$ 50 milhões em cinco anos.

Recentemente, a empresa anunciou que estava trazendo também para o país a JoomPro Analytics, uma plataforma que gera dados e relatórios para sites de e-commerce.

Thiago Flores, ex-CEO da Mosaico, assumiu o comando da JoomPro Analytics no país. 

A Mosaico é a empresa dona dos sites de comparação de preços Zoom, Buscapé e Bondfaro.

A proposta da JoomPro é facilitar a importação da China ao Brasil para pequenos negócios, se responsabilizando por todo o processo de escolha de fornecedor, testes de qualidade, documentação e logística até chegada ao estoque.

A JoomPro Analytics deve fazer uma versão disso para o mundo digital. São comuns no Brasil sites de comércio eletrônico que só oferecem uma vitrine para produtos importados da China. Nesse tipo de negócios, analisar o que vende é a chave.