A tecnologia está avançando, incluindo a financeira. Cada vez mais brasileiros estão explorando o mercado de criptomoedas, vendo esses ativos como uma alternativa de investimento promissora. Segundo uma pesquisa realizada pela Coinbase, dois terços dos brasileiros consideram os criptoativos uma opção viável para diversificação econômica, consolidando a posição da criptoeconomia no país.
A confiança dos brasileiros nos criptoativos
A pesquisa da Coinbase, um dos principais exchanges de criptomoedas dos Estados Unidos, revelou que 66% dos entrevistados brasileiros acreditam que os criptoativos podem potencializar a liberdade econômica, servindo como uma excelente alternativa às formas tradicionais de investimento. Este dado reflete uma grande mudança na percepção dos brasileiros sobre o mercado financeiro, indicando uma abertura para mais opções de investimento descentralizados.
Além disso, um expressivo 69% dos participantes concordam que a tecnologia cripto veio para ficar, sugerindo um aumento na aceitação dessas tecnologias como parte do futuro financeiro do país. A variedade de projetos envolvendo moedas digitais tem atraído diferentes perfis de investidores. E é notório que o mercado está se expandindo para atender essa demanda, oferecendo criptomoedas promissoras para o futuro, além de soluções para problemas reais da sociedade. O entusiasmo pelo setor é tanto que mais da metade dos entrevistados (aproximadamente 55%) planeja aumentar sua exposição em criptoativos nos próximos 12 meses.
Segundo um estudo da Triple-A, 17,5% da população brasileira utiliza ativos digitais. Em relação ao uso de aplicativos relacionados a criptomoedas, o Brasil lidera o engajamento na América Latina, com os usuários passando em média 6,62 minutos por sessão no país. Entre janeiro e julho de 2023, o número de investidores de criptomoedas cresceu 186% no Brasil, saltando de 1,44 milhão para 4,1 milhões. Muitos brasileiros veem os criptoativos como um meio viável para investimentos de longo prazo e como uma proteção contra instabilidades econômicas.
A pesquisa da Coinbase revelou que a preferência dos investidores brasileiros é por stablecoins, especialmente aquelas vinculadas ao dólar americano. Cerca de 42% dos entrevistados mostraram preferência por stablecoins lastreadas em moedas estáveis, em comparação com 33% que optariam por manter reservas em moeda local. A Tether (USDT) e a USD Coin (USDC), por exemplo, são as mais negociadas no país, oferecendo uma maneira fácil de obter exposição ao dólar. Inclusive, a Tether registrou um volume de negociações acumulado superior ao do Bitcoin, segundo a Receita Federal.
Perfil do investidor brasileiro em cripto
A pesquisa também lançou luz sobre o perfil do investidor brasileiro em criptomoedas. Cerca de 31% dos entrevistados já possuem mais de 10% de suas carteiras compostas por criptoativos. Este interesse está alinhado com uma série de avanços importantes tanto nos EUA quanto no Brasil, como a aprovação dos ETFs de Bitcoin e Ethereum pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e as discussões regulatórias progressistas no Brasil.
No último ano, o Banco Central do Brasil iniciou consultas públicas sobre a regulação de criptoativos, com contribuições importantes de plataformas como a Coinbase. Organizadas em vários blocos temáticos, essas consultas cobrem aspectos como a segregação patrimonial, riscos, segurança cibernética, e governança, entre outros.
Estas consultas são um prelúdio para futuras regulamentações que prometem moldar um ambiente justo e propício para todos os participantes do mercado. A próxima etapa envolve a análise das contribuições recebidas para formular as normas definitivas, que deverão ser discutidas em uma nova consulta pública programada para esse ano.
E a segurança continua sendo um critério decisivo para os brasileiros ao escolher uma plataforma de criptomoedas. Segundo a pesquisa, 59% dos entrevistados apontam a segurança como o fator mais importante.
Atualmente, o Brasil está no top 10 no ranking global de adoção de criptomoedas, segundo a Chainalysis. Com uma população jovem e uma média de idade de 35 anos, conforme o Censo 2022 do IBGE, o país tem um terreno fértil para o crescimento da criptoeconomia, corroborando o otimismo dos brasileiros em relação ao futuro das criptomoedas.
Em 2024, estima-se que o país possa ter até 11 milhões de investidores de Bitcoin. Dados da Anbima mostram que a geração Z (jovens entre 16 e 25 anos) é a que mais investe proporcionalmente em criptomoedas no Brasil, indicando um futuro promissor para a continuidade da tendência de crescimento neste setor entre os jovens investidores brasileiros.