
iPhone pode ter dificuldades em 2016. Foto: ShutterStock.
O Morgan Stanley, tradicional banco norte-americano divulgou esta semana um relatório com prognósticos preocupantes para a Apple, indicando que 2016 será o primeiro ano em que a fabricante terá queda nas vendas de seu produto mais famoso, o iPhone.
Segundo o estudo, a expectativa do banco é que as vendas dos modelos do smartphone registrem um revés de aproximadamente 6% no ano fiscal 2016.
A previsão representa uma mudança radical na curva de crescimento apresentada pela companhia de Cupertino desde o primero iPhone, lançado em 2007 com cerca de 1,4 milhão de unidades comercializadas.
Desde então, a empresa aumentou seu número de vendas ano a ano. Em 2015, a companhia contabiliza 231 milhões de aparelhos vendidos, um aumento de 36% sobre os 169 milhões de smartphones comercializados em 2014.
Vale lembrar que 2014 foi o ano de menor crescimento na venda dos iPhone, em que a empresa teve menos de 10% de incremento, ameaçada pelo crescimento de aparelhos Android como o Samsung Galaxy S5. Entretanto, em 2015 a Apple recuperou o fôlego.
Em setembro, a Apple bateu seu recorde de vendas iniciais para o iPhone, com os modelos 6s e 6s Plus registrando 13 milhões de unidades comercializadas em três dias.
Para 2016, o Morgan Stanley prevê outra ressaca nos negócios da Apple, dessa vez com os números chegando ao negativo. De acordo com o estudo, as vendas de iPhone devem ficar em 218 milhões de unidades, uma queda de 5,7%.
Segundo os analistas, o alto custo do aparelho em mercados como China e América Latina serão fatores decisivos para a queda. No Brasil, com a valorização do dólar, o aparelho chegou a preços proibitivos para o público médio, o que gerou estratégias curiosas para gerar novas vendas. Um exemplo foi o da iPlace, rede de lojas Apple no Brasil, que criou a opção de consórcio para a aquisição de produtos da marca.
Além disso, a falta de novos clientes e o menor ritmo de atualização dos smartphones também pesarão neste cenário.
Se a previsão se concretizar, a Apple terá um ano difícil financeiramente, já que hoje o iPhone representa cerca de dois terços da renda e lucro da fabricante. De acordo com especialistas, se o crescimento do iPhone parar, a Apple também corre riscos de parar.
Segundo a consultoria Pacific Crest, a queda é, de certa forma, anunciada. Depois do sucesso recorde do iPhone 6, seria muito difícil a fabricante manter o ritmo. Para a KGI Securities, a Apple pode esperar crescimento de vendas em um ritmo de "ano sim, ano não".
O Apple Watch, uma das apostas da Apple para incrementar suas vendas além do iPhone, terá um crescimento de 2% em 2016, segundo o Morgan Stanley. Além disso, dispositivos como Apple TV e Apple Music também poderão ganhar proeminência nos negócios da companhia, fomentado por aumento na base de assinantes e venda de conteúdos online.