
Darryl Green, CEO da CAF.
A CAF, uma idtech em alta no Brasil, acaba de chamar dois nomes de peso para reforçar seu conselho de administração: Andre Edelbrock e Trevor Clarke, dois dos fundadores da Ethoca, uma startup de combate à fraudes no e-commerce que já atuava em 40 países quando foi comprada pela Mastercard, em 2019.
Edelbrock, que foi CEO, e Clarke, que foi diretor de tecnologia, são dois velhos conhecidos do novo CEO da CAF, o também canadense Darryl Green, outro dos fundadores da Ethota.
Os três participaram de um aporte de capital R$ 80 milhões na empresa em julho junto com outros investidores como James Peck (CEO da NielsenIQ) e Andrew Prozes, ex-presidente da firma de dados jurídicos LexisNexis. Green assumiu o cargo de CEO da CAF com o movimento.
“Além de serem líderes do setor, são parceiros de longa data com quem tive grande sucesso na Ethoca. Estou empolgado por contar com a experiência de liderança e realização deles conforme continuamos a escalar nossos negócios e nosso ciclo de hipercrescimento no Brasil e no exterior”, afirma Green.
Depois da venda da Ethoca, Edelbrock foi vice-presidente executivo da MasterCard entre 2019 e 2021. Trevor Clarke acumula uma experiência de 24 anos em empresas de tecnologia como IBM e Cryptologic.
Jason Howard, outro ex-Ethoca, foi contratado para assumir o cargo de Chief Revenue Officer (CRO).
De maneira geral, a CAF vem empilhando contratações desde o investimento. Foram mais de 100 em 2022, aumento de 54% em seu quadro de funcionários.
A lista tem nomes de peso como Vanita Pandey, ex-Chief Marketing Officer da Arkose Labs, como sua nova diretora de marketing.
A Arkose Labs é uma companhia de gerenciamento de bots especializada em segurança contra fraudes, com grande presença nos Estados Unidos.
Em setembro, a CAF havia anunciado a contratação da britânica Emma Lindley como líder de seu projeto de expansão internacional, também ex-Visa.
À época, chegaram junto com Lindley para atuar no desenvolvimento de produtos, negócios e vendas, Brian Daly e Paul McManus, respectivamente como VP de estratégia de produtos e VP sênior de desenvolvimento de negócios.
Ambos participaram da venda da startup de compliance e antifraude 4Stop à Jumio, uma das principais plataformas de identidade digital dos Estados Unidos.
Todos esses nomes estão estruturando uma operação global, hoje com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Toronto e Austin, assim como a sede na pequena Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul.
De acordo com a empresa, o seu ponto forte é ter tecnologia de ponta para a chamada prova de vida, reconhecida pelo laboratório de testes biométricos iBeta.
Por meio desse sistema, a CAF conseguiu evitar R$ 877,4 milhões em fraudes em clientes como Magalu, iFood, Mutual, Zoop, Asaas e Closeer.
CORRIDA POR CONTRATAÇÕES
Com as contratações, a CAF aquece a corrida com a Unico, outra empresa de biometria em alta, a sua principal concorrente no Brasil.
A Unico tem seguido a mesma estratégia de trazer executivos de peso para compor a equipe. Uma das últimas foi Fernanda Beato, ex-VP regional da área comercial da Salesforce, para o cargo de diretora executiva de vendas para o segmento enterprise.
Em 2021, a empresa contratou Francine Graci (ex-Twitter), como VP de RH; Cinthia Battilani (ex-Nike), como diretora de jurídico; Pâmela Vaiano (ex-99 e J&J), como diretora de comunicação; e Marcelo Quintella (ex-Google), como VP de produto.
Igor Ripoll (ex-Salesforce e Microsoft) foi contratado como VP de vendas e customer success; Gabriela Onofre (ex-J&J e P&G), como CMO; e Guilherme Cervieri (ex-Igah Ventures), como VP de M&A.