
Não gostou do fim do home office? Peça demissão. Foto: Depositphotos.
Quem não está satisfeito com a volta da semana de cinco dias no escritório da AWS pode pegar suas coisas e procurar outros empregos.
Foi o recado do CEO da AWS, Matt Garman, dado em uma reunião interna cuja transcrição foi vista pela Reuters (hoje está cheio de IAs que fazem transcrições automáticas de tudo, o que vai acabar sendo bom para a imprensa).
“Se tem pessoas que não trabalham bem em um ambiente assim e não querem fazê-lo, isso é o OK, existem outras companhias por aí”, disse Garman.
O CEO da Amazon, Andy Jassy, comunicou o fim do home office aos funcionários em setembro.
Com isso, a Amazon encerra o sistema híbrido de trabalho que vinha funcionando nos últimos meses, combinando dois dias em casa e três no escritório.
O novo sistema (ou o velho sistema) começa a valer no dia 2 de janeiro de 2025.
Num primeiro momento, parece que a reação interna não foi muito boa.
Segundo uma pesquisa feita pelo Blind com 2,5 mil funcionários da empresa, 91% disseram que estavam descontentes com a medida, e, mais importante, 73% disseram que estavam pensando em trocar de emprego por causa da volta total aos escritórios.
Ao todo, 32% dos pesquisados disseram que conheciam alguém que tinha se demitido por causa da nova política de trabalho, e outros 80% disseram que conheciam pessoas que estavam considerando sair da empresa.
Na conversa com os funcionários, Garman disse que “9 de cada 10” colaboradores com os quais ele conversou apoiavam a volta para o escritório.
(Fica a dúvida sobre se Garman acha que alguém diria algo diferente do esperado para o CEO da AWS, ou se ele estava simplesmente se fazendo de louco nesse momento).
As declarações de Garman, de qualquer forma, indicam que a empresa vai comprar a briga interna para emplacar o trabalho 100% presencial.
Alguns observadores de viés mais conspirativo, inclusive, já apontaram que inclusive pode ser parte do plano da empresa que alguns milhares de funcionários peçam demissão.
Na carta na qual comunicou a volta do trabalho presencial full time, o CEO da Amazon também falou em cortar a burocracia interna e enxugar a estrutura de gestão.
Recentemente, vieram a público planos da Amazon de reduzir cerca de 14 mil posições de gerência até o início de 2025, em uma tentativa de economizar US$ 3 bilhões anualmente.
O Morgan Stanley prevê que a iniciativa pode encolher a gerência da Amazon em 13%, saindo de 105 mil pessoas para apenas 91 mil globalmente. Isso economizaria entre US$ 200 mil e US$ 350 mil por gerente.