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A Cloudfare, uma das maiores empresas de distribuição de conteúdo em nuvem (CDN, na sigla em inglês), está enfrentando problemas na manhã desta terça-feira, 18, tirando do ar todo tipo de site na Internet.
Os problemas afetam por exemplo o X (antigo Twitter), o Canva e a Open AI. Segundo uma estimativa da Emarketer, 20% do tráfego da Internet mundial passa pela CloudFare, incluindo aí um terço dos maiores sites.
A Cloudflare confirmou o problema em sua página de status do sistema, dizendo: "Investigando — a Cloudflare está enfrentando uma degradação interna de serviço. Alguns serviços podem ser afetados de forma intermitente. Estamos focados em restaurar o serviço. Atualizaremos conforme formos capazes de corrigir o problema. Mais atualizações em breve".
A empresa acrescentou, em atualizações posteriores, que está "continuando a investigar esse problema", mas não forneceu uma estimativa de prazo para a resolução.
Às 11h34 (horário de Brasília), a empresa informou que havia §implantado uma alteração que restaurou os serviços do dashboard§, mas que "ainda estava trabalhando para corrigir o impacto amplo nos serviços de aplicação”.
O site Downdetector, que mapeia quedas de serviço, já registra 4 mil queixas relacionadas ao funcionamento do Cloudflare. Curiosamente, o próprio Downdetector também está com problemas.
A busca pelos termos relacionados à queda do serviço também apareceu nos termos mais procurados do Google Trends, ferramenta de monitoramento do buscador.
Quem não caiu se prepara para cair. O TJ-RS, por exemplo, soltou um comunicado interno informando os funcionários que o eProc, um dos principais sistemas do tribunal, pode vir a enfrentar indisponibilidades.
Conhecidos pela sigla CDN, o tipo de solução oferecida pela CloudFlare funciona como uma camada de proteção para os sites, servindo para evitar ataques de DDoS e garantindo disponibilidade para os usuários.
A CloudFlare é uma das grandes fornecedoras nesse mercado, junto com a Akamai Technologies e as soluções focadas no assunto da AWS, IBM, Microsoft e outros.
"Estamos vendo as interrupções acontecerem com mais frequência — e elas estão levando mais tempo para serem resolvidas. Isso é um sintoma de infraestrutura sobrecarregada: aumento da carga de IA, demanda de streaming e capacidade envelhecida, tudo empurrando os sistemas além do limite", afirma o analista da Emarketer Jacob Courne.
A lição da queda da CloudFare, como das outras quedas de serviços centrais nos últimos tempos, é a necessidade da redundância.
“Não se deve colocar toda a operação em um único provedor de CDN ou DNS. Implementar uma arquitetura multicloud ou multi-CDN significa que, se a Cloudflare cair, seu tráfego será automaticamente desviado para um concorrente como a Akamai ou Fastly, mantendo o site no ar", afirma Vinicius Reis, CTO e cofundador da StaryaAI.
