Cpers: em cima do muro sobre Professor Digital

O Cpers, sindicato dos professores estaduais do Rio Grande do Sul filiado à CUT, preferiu não se manifestar sobre a discussão judicial em torno do Professor Digital, que opõe o governo do estado e a Associação Software Livre e BrOffice.
23 de março de 2010 - 10:05
Cpers: em cima do muro sobre Professor Digital
O Cpers, sindicato dos professores estaduais do Rio Grande do Sul filiado à CUT, preferiu não se manifestar sobre a discussão judicial em torno do Professor Digital, que opõe o governo do estado e a Associação Software Livre e BrOffice.

Em matéria sobre o assunto na edição de março do jornal interno Sineta, o sindicato apenas desmente informações que teriam sido divulgadas por algumas coordenadorias de educação e agências do Banrisul dando conta que a ação que suspendeu a entrega dos notebooks teria partido do Cpers.

"Independente do mérito da questão e da legalidade ou ilegalidade da licitação, o Cpers não foi o autor da medida judicial que suspendeu a compra dos computadores", afirma a nota.

Mais de 36 mil professores gaúchos já haviam mostrado interesse em participar do Professor Digital, programa do governo estadual por meio do qual seriam oferecidos notebooks Lenovo, Itautec e Positivo com custos subsidiados em 36 parcelas de R$ 50 mensais.

Associação Software Livre e BrOffice obtiveram na justiça a paralisação do programa no final de fevereiro, alegando irregularidades no processo de compra, uma vez que a aquisição das máquinas por parte do governo foi feita antes de que o assunto fosse regulado por lei na Assembléia Legislativa.

Na AL, o projeto do governo recebeu emendas que garantiam a compatibilidade de todos os softwares na máquina com softwares livres, o que, de acordo com ASL e BrOffice, não acontece nas máquinas já adquiridas.

“A grande maioria dos professores está entendendo que não somos contra o projeto e não entramos com a ação para que os computadores tenham ‘apenas’ softwares livres”, acredita Gustavo Pacheco, do BrOffice.

De acordo com Pacheco também contribui para o que as entidades consideram pequena reação contrária dos professores o relacionamento “tenso” do governo com a categoria em função do novo plano de carreira do magistério e da atual campanha salarial e a conseqüente “desconfiança” em relação às ações de ambos os lados.

Cobertura no Baguete
A discussão em torno do projeto Professor Digital vem sendo acompanhada em detalhes pelo Baguete. Confira mais pelos links relacionados abaixo.

Comentários no Quentinhas
O posicionamento “em cima do muro” do Cpers é mais uma prova de que a Associação Software Livre e o BrOffice cometeram um erro estratégico ao entrar na Justiça contra o edital do Professor Digital.

É o que opina o editor do Baguete Diário, Maurício Renner, no post “Crítica da razão pura” publicado no blog Quentinhas nesta terça-feira, 23. O assunto já havia sido tema de comentário do jornalista em outro post: “Momento Sun Tzu”. Ambos estão disponíveis pelo link relacionado abaixo.