CTIS: contrato de R$ 9,7 milhões no HCPA

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre contratou cerca de 86 mil horas de desenvolvimento Java e 2,5 mil pontos de função da brasiliense CTIS por R$ 9,7 milhões.

Os serviços de fábrica de software foram adquiridos por adesão aos valores de um pregão já vencido pelo CTIS no CNPq, informa nota publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira, 04.

11 de novembro de 2010 - 16:42
CTIS: contrato de R$ 9,7 milhões no HCPA

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre contratou cerca de 86 mil horas de desenvolvimento Java e 2,5 mil pontos de função da brasiliense CTIS por R$ 9,7 milhões.

Os serviços de fábrica de software foram adquiridos por adesão aos valores de um pregão já vencido pelo CTIS no CNPq, informa nota publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira, 04.

O foco do contrato é o projeto de criação de um software de gestão aberto para todos 46 hospitais universitários do Brasil financiado pelo Ministério da Educação e coordenado pelo HCPA.

O recurso de aderir ao pregão foi uma resposta à “absoluta premência” da contratação, explica Sérgio Felipe Zirbes, assessor da Presidência do HCPA e responsável pela condução do projeto, batizado de AGHU.

Inicialmente, as horas de desenvolvimento seriam adquiridas por meio de um novo pregão eletrônico, marcado para setembro.

No entanto, o edital acabou sendo suspenso em razão da polêmica despertada pela exigência de certificação MPS.BR nível A dos participantes, o que limitaria a disputa a CPM Braxis, Politec e Stefanini.

O fato causou ira entre empresários de TI gaúchos, que consideravam que a exigência poderia ser reduzida sem prejuízo ao projeto, possibilitando assim a participação na disputa de empresas locais.

De acordo com Zirbes, a licitação suspensa não está descartada, e deve ser lançada novamente em 2011, atendendo às demandas das empresas locais. O CTIS, por exemplo tem CMMI nível 3, nível já atingido por fábricas de software gáuchas como Meta IT e CWI.

“A certificação da fábrica é menor, mas eles terão uma exigência maior de certificação junto aos desenvolvedores contratados”, explica o assessor da presidência do HCPA, destacando que o mesmo modelo deve ser aplicado na reedição do edital suspenso.

Zirbes é categórico ao afirmar a necessidade de um novo edital. “O AGHU é um projeto muito grande”, resume. Pelos termos da lei, no entanto, o contrato com o CTIS pode ser renovado por até 5 anos.

De acordo com Zirbes, já foram entregues e estão operativos em quatro hospitais dois módulos dos 30 previstos para o sistema. Outros dois devem ser entregues até o final do ano, com desenvolvimento de uma equipe de 34 profissionais de TI, contratados a um custo anual de R$ 3,5 milhões.

As horas contratadas junto à CTIS devem entregar entre três e cinco novos módulos. O resto deverá ser desenvolvido pelo time próprio do AGHU e uma nova fábrica de software.

Disputa por mão de obra
Além de ficarem de fora até o momento dos contratos de desenvolvimento para o AGHU, empresários gaúchos também se queixam da pressão que o projeto está exercendo sobre a disputada mão de obra no mercado local ao oferecer salários “acima da média”.

Até agora o HCPA já contratou 34 profissionais diretamente para o AGHU, oferecendo salários de R$ 7 mil para desenvolvedores Java /JEE / PostgreSQL com dois anos de experiência e de R$ 9 mil para analistas sênior. As vagas foram divulgadas no Baguete à época.

Segundo informações que circulam por listas de profissionais gaúchos e foram repassados à reportagem do Baguete por fontes do mercado a CTIS já tem 20 vagas abertas em Porto Alegre.

Os salários oferecidos ficam entre R$ 4,1 mil e R$ 7,6 mil para analistas de sistemas sênior; entre R$ 4,1 mil e R$ 8,3 mil para desenvolvedores e projetistas Certificados em Java e/ou UML e entre R$ 3,7 mil e R$ 5,8 mil para analistas de testes sênior, de acordo com os currículos dos contratados.  

Vagas únicas para arquiteto de Sistemas certificado Sun, gerente de Configuração de software sênior e DBA Oracle 10g certificado ficam em R$ 6,7 mil, R$ 5,8 mil e R$ 6,7 mil, respectivamente.