VAREJO

Estoque de lojas físicas tem só 9% do on-line

Pesquisa da americana AlixPartners apontou que a porcentagem é ainda menor em grandes varejistas.

26 de fevereiro de 2025 - 06:42
Foto: Depositphotos

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Uma pesquisa realizada pela consultoria americana AlixPartners mostrou como a ascensão dos e-commerces impacta os estoques das lojas físicas: nas 30 varejistas estudadas, apenas 9% da sua variedade de roupas femininas disponíveis on-line estavam no estoque das unidades.

Segundo o site InvestNews, grandes varejistas como a Walmart possuem apenas 2% desses produtos on-line disponíveis nas lojas físicas. Já as lojas de departamento contam com 7% da variedade on-line presente fisicamente.

Quando a pesquisa avança para outros produtos, a disponibilidade aumenta, mas ainda de forma pouco significativa. 

Em média, 12% das jóias vendidas on-line estão disponíveis em joalherias. Em lojas de artigos esportivos, esse índice sobe para 16%. Em calçados, chega a 18%.

O nicho que se sobressai é o de varejistas especializados, que mantêm 33% dos produtos disponíveis em lojas com atendimento humano.

Humano, mais ou menos. Com a redução de estoques, muitas dessas lojas optaram por substituir funcionários por totens eletrônicos, tornando a interação humana mais frequente apenas no momento da retirada do produto.

Com a pandemia, muitas lojas migraram seus produtos para o e-commerce e investiram pesado para competir, por exemplo, com a Amazon, que possui um armazenamento e uma logística superiores aos de qualquer loja sem essa experiência.

Esses investimentos precarizaram as lojas físicas, levando a cortes de equipe, redução de gastos e diminuição de estoques nos endereços presenciais.

Apesar de as lojas afirmarem que o cliente tem livre escolha, os CEOs das varejistas prefeririam que as compras fossem realizadas presencialmente, pois, no on-line, boa parte do lucro é consumida por despesas com embalagens e envios.

Em outra pesquisa, realizada em 2024 pelo IBM Institute for Business Value com 20 mil pessoas em 26 países, 75% dos entrevistados afirmaram preferir a compra presencial, mas apenas 9% estão satisfeitos com a experiência, em grande parte devido à falta de variedade e disponibilidade de produtos.