
Caiu a casa de servidor do Detran. Foto: Divulgação.
A Polícia Civil prendeu um servidor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), cuja senha de acesso aos sistemas do órgão foi utilizada por uma quadrilha especializada em fraudes envolvendo documentação automotiva.
Outras pessoas também foram presas na operação, deflagrada nesta terça-feira, 16, mas a Polícia Civil não abriu a quantidade total.
Uma das prisões atinge um homem que já está preso, na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ). Ele é apontado como falsificador, especializado em clonar veículos.
Outros quatro alvos da operação são vendedores de carros usados que atuam na região metropolitana de Porto Alegre, todos com antecedentes criminais por venda de veículos irregulares.
O esquema investigado visava alterar dados de veículos irregulares para revendê-los, inclusive com ações em outros estados.
A investigação constatou falsificações de documentos públicos e particulares, clonagem de veículos e estelionatos de vários tipos, praticados por uma facção criminosa com base em Porto Alegre.
No caso do funcionário do Detran, o crime principal é a violação de sigilo funcional. A suspeita é que ele tenha fornecido informações privilegiadas à quadrilha.
A partir dos interrogatórios, os policiais querem descobrir se o próprio servidor usou sua senha ou se ela foi emprestada (ou pirateada por outras pessoas).
PROBLEMAS NÃO SÃO DE HOJE
O acesso de criminosos aos sistemas do Detran-RS (e o problema de segurança de informação subjacente) não vem de hoje.
Em 2019, a mesma Polícia Civil fez outra operação com prisões em consequência da mesma situação.
A única diferença significativa é que na época a Polícia Civil disse que as fraudes ocorriam sem o conhecimento do servidor cuja senha foi usada.
Na época, os investigadores falavam de pelo menos 955 operações ilegítimas no sistema Gerenciamento de Informações do Detran-RS (GID), que reúne dados cadastrais de veículos.