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GenAI esquenta no Brasil

Quem ainda não investiu, tem planos de investir, mostra pesquisa da Lenovo. 

16 de maio de 2024 - 14:27
Charles Ferland, vice-presidente e general manager de edge computing e telecom da Lenovo  (Foto: Divulgação)

Charles Ferland, vice-presidente e general manager de edge computing e telecom da Lenovo (Foto: Divulgação)

No Brasil, 46% das empresas já estão investindo em inteligência artificial generativa, com projetos em produção ou provas de conceito em andamento, enquanto 49% têm planos de investir na tecnologia.

Só 4% que não pretendem apostar nesse tipo de tecnologia, tornada popular por chatbots como o Chat GPT, e desde então embarcada em softwares e aplicações de todos os tipos. 

Foi o que revelou o CIO Playbook, uma pesquisa encomendada pela Lenovo à consultoria IDC, que entrevistou 500 tomadores de decisão em TI e negócios em toda a América Latina.

Segundo o estudo, o principal desafio para a implementação da tecnologia no país é a falta de capacitação para seu uso, juntamente à preocupação sobre a inteligência artificial tomar empregos e a dificuldade de montar business cases.

“É importante enfatizar que a IA foi concebida para aumentar as capacidades humanas, automatizando tarefas rotineiras, permitindo que os funcionários se concentrem em aspectos mais complexos, estratégicos e criativos das suas funções. O fator humano é fundamental”, comenta João Bortone, presidente e general manager para a Lenovo ISG América Latina.

Já entre os aspectos que dificultam o uso da tecnologia, estão a escassez de plataformas de dados confiáveis, a implementação segura e a remodelagem da força de trabalho acerca da inteligência artificial generativa.

Mesmo assim, entre os negócios brasileiros, as prioridades seguem, em sua maioria, focadas em tecnologias emergentes como a inteligência artificial generativa (45%), enquanto 33% buscam impulsionar a inovação em negócios digitais, e 30% visam acelerar o crescimento da receita e do lucro das operações.

Dentro desse recorte, as principais tecnologias influenciadas pela IA generativa são as de segurança e detecção de ameaças, automação e eficiência e personalização e experiência do cliente.

Como reflexo do uso da inovação, de 2023 para 2024, a proliferação de aplicativos que usam a tecnologia em edge computing registrou um rápido avanço no Brasil, com um salto de 51%.

De acordo com Charles Ferland, vice-presidente e general manager de edge computing e telecom da Lenovo, isso contribui para não sobrecarregar os dados armazenados em nuvem, já que apenas 2% deles são, de fato, processados. 

Desta forma, é possível extrair valor dos dados sem gerar tantos custos e problemas de rede, compactando-os em uma estrutura mais silenciosa, segura e eficiente.

Na América Latina, por sua vez, dos gastos das empresas com inteligência artificial, 27% já corresponde ao modelo generativo, incluindo o uso de LLMs amplos ou especializados.

O setor com mais restrições a esse tipo de tecnologia é o de governo, onde 7% dos pesquisados disseram não ter planos, seguido de finanças, com 4%.

No demais setores, o número dos desinteressados é nulo, como em manufatura ou saúde, ou muito baixo, como em telecom (1%); varejo (2%) e educação (2%).

A dificuldade em captar talentos na área também é alta, com telecom liderando com 61% das empresas, seguido da manufatura (58%); saúde (56%); finanças (51%); varejo (46%), governo e educação (33%).

Apesar disso, a expectativa é que, na região, seja feito um investimento de US$ 240 milhões em inteligência artificial neste ano, visando a modernização, automação, gerenciamento e segurança de infraestruturas de TI.

Para os negócios que já implementaram a inteligência artificial em suas operações, entretanto, na América Latina, a nuvem híbrida é a abordagem preferida pelas empresas para rodar cargas de trabalho da tecnologia (50%). Depois, vem a nuvem privada (23%), a nuvem pública (15%) e, por último, endpoints (12%).

Fundada em 1984, em Pequim, na China, a Lenovo se posiciona hoje como uma potência global com receita de US$ 62 bilhões.

Além disso, a companhia emprega 77 mil pessoas ao redor do mundo, responsáveis por atender clientes em 180 mercados.