
Fabio Coelho. Foto: divulgação.
O Project Fi, iniciativa de comunicação móvel anunciada este ano pelo Google e considerada uma possível revolução no mercado de telecom, deve demorar para chegar ao Brasil.
Quem afirma isso é o presidente da gigante das buscas no Brasil, Fábio Coelho, que foi um dos palestrantes do Mobile 360 Series, evento realizado pela GSMA no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 13.
Para o executivo, que esta semana foi nomeado VP global da empresa de Mountain View, para trazer o projeto ao país será necessário uma colaboração mais próxima com as operadoras.
Em terras norte-americanas, a iniciativa está em andamento com as operadoras T-Mobile e Sprint, em caráter limitado para usuários do Nexus 6. Com a tecnologia, os usuários podem ter uma troca facilitada entre o uso de plano de internet do celular e redes de wi-fi disponíveis.
"Vemos a América Latina como um mercado prioritário para o Google, mas trazer o Project Fi para o Brasil seria um pouco mais complicado", destacou o executivo.
No mercado brasileiro, que atualmente passa por polêmicas envolvendo cortes de acesso 3G e 4G no caso de consumo total da franquia, a tecnologia do Google poderia ser recebida com resistência pelas operadoras.
Além disso, as operadoras nacionais ainda não acordaram de fato para o uso de Wi-Fi como serviço de apoio aos picos de acesso de suas redes de dados móveis. Uma exceção nesse cenário é a Oi, que tem 95% do mercado wireless, com mais de 1 milhão de access points no país.
À parte do wi-fi, a cautela do Google também se estende a outros projetos de conectividade que a companhia realiza em outras partes do mundo, como o Project Link, de redes de fibra óptica, e o Loon, que promove acesso móvel em regiões de baixo acesso à internet pelo uso de balões.
"Já fizemos um teste do Loon em uma escola no interior do Piauí, em parceria com operadoras e o governo. Agora estamos estudando a viabilidade de uma segunda experiência com o Loon no Brasil, mas é isso", afirmou o executivo.
*Leandro Souza viajou ao Mobile 360 Series no Rio de Janeiro a convite da GSMA