GESTÃO

Guerra: administração por comitê

Três membros sócios mais três diretores vão gerir a empresa conjuntamente.

18 de outubro de 2012 - 11:02
Para onde vai o caminhão? O comitê decide.

Para onde vai o caminhão? O comitê decide.

A Guerra, fabricante de implementos rodoviários sediada em Caxias do Sul, demitiu o CEO Walter Rauen e adotou um modelo de gestão por comitê.

Segundo a coluna Caixa Forte do jornal O Pioneiro, a empresa será gerida por um comitê integrado por três membros sócios do Conselho de Administração, incluindo o antigo proprietário Marcos Guerra, mais a diretoria executiva: Reginaldo Azevedo (de controladoria e finanças), Jefferson Gomes Cunha (comercial) e Roberto Vergani (industrial).

No momento não está prevista a instituição de um novo presidente. As decisões serão partilhadas por esse colegiado.

“Queremos melhorar a velocidade das ações, simplificando o processo, com decisões ágeis tomadas em conjunto e com uma sinergia mais intensa”, explicou Azevedo ao jornal caxiense.

Rauen estava na direção da fabricante de  implementos rodoviários desde setembro de 2011, vindo da presidência da indústria de equipamentos rodoviários Ciber, onde atuou por mais de 15 anos.

Sediada em Caxias do Sul, a Guerra teve  receita líquida total de R$ 467,8 milhões em 2010, alta de 56% – último ano com resultados disponíveis – apresentando resultados “tímidos” em 2011 e um 2012 de “instabilidade”, nas palavras do Pioneiro.

A empresa não deixou de investir, no entanto: em julho deste ano anunciou um investimento de R$ 86 milhões na ampliação da produção no Rio Grande do Sul.

O novo CEO era parte das mudanças implementadas pelo fundo americano Axxon, que adquiriu a Guerra em julho de 2008, em um negócio estimado pela imprensa, na época, em R$ 300 milhões.

MUDANÇA NA TI?
Para os fornecedores de TI, a saída do executivo pode significar uma mudança na abordagem do setor da empresa, bastante conservadora em investimentos.

Em participação no Fórum de Tecnologia nos Negócios realizado pela Amcham em Porto Alegre em agosto, Rauen revelou que a Guerra não tem um departamento de TI propriamente dito, mas um departamento de tecnologia e projetos

O então presidente se mostrou bastante rigoroso na sua política de gastos: “Se um fornecedor de TI não mostra logo como o produto dele vai trazer retorno para o negócio, eu perco interesse na apresentação em 15 minutos”.

Durante uma das suas intervenções no debate, o executivo revelou que abortou um projeto de migração para um sistema de CRM em nuvem ao saber que os dados ficariam hospedados nos Estados Unidos.

A Guerra é usuária do Oracle Business Suíte versão 12, com implementação da Compasso, de Porto Alegre, cujo go live foi realizado no começo de 2011.