Hyperloop para transportar contêineres?

A Hyperloop Transportation Technologies (HyperloopTT), startup americana que pesquisa sobre a tecnologia, e a EGA Group, operadora de cargas em logística portuária e em recintos alfandegados, vão realizar um estudo de viabilidade econômica para determinadas linhas de operação do segmento.

Segundo as empresas, o projeto busca identificar o fluxo de demanda das principais movimentações de carga no país, além de estudar a ligação entre portos, aeroportos, centros industriais e produtivos do território através da tecnologia.

Caso seja viável, o objetivo é desenvolver o HyperPort, solução de frete para portos capaz de transportar contêineres por centenas de quilômetros em velocidade de avião. As cápsulas devem mover 2,8 mil contêineres por dia, sendo dois padrão ou high-cube de 20 pés, ou um de 40 a 45 pés. 

“É um projeto disruptivo, que busca elevar o nível de  produtividade e aproveitamento das correntes operacionais dos portos, da comunicação entre o mercado interno com o mercado externo para importação e exportação, dentre outros aspectos”, destaca Eduardo Guimarães de Assumpção, presidente do EGA Group.

Para engajar as iniciativas pública e privada, as duas empresas já se reuniram com representantes do Ministério da Economia, do Ministério do Meio Ambiente e do BNDES, além de nomes ligados a companhias como XP Investimentos e Bitify.

“Como nós desenvolvemos a tecnologia, precisamos nos juntar aos melhores players do mercado para realizar análises profundas sobre a implementação dos sistemas nas regiões. Nós acreditamos que essa parceria vai se tornar um case de muito sucesso e influenciar o mercado mundial”, afirma Ricardo Penzin, diretor Latam da HyperloopTT.

Este é o segundo projeto da HyperloopTT no Brasil, que também possui um estudo de viabilidade para um transporte ultrarrápido de pessoas e cargas menores no Rio Grande do Sul, junto à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao Governo do Estado.

Neste caso, o estudo concluiu que o transporte é viável na rota Porto Alegre - Serra Gaúcha, onde a implantação teria um custo total de US$ 7,71 bilhões em 30 anos.

O projeto não prevê subsídio público e a obra precisaria contar com o investimento de alguma construtora local ou fundo de investimento internacional. Caso saia do papel, a previsão de construção do sistema é de cinco anos.

Com velocidade de até 1,2 mil quilômetros por hora, o sistema Hyperloop consiste em uma cápsula parecida com um trem, que é colocada em um tubo despressurizado, com o ar removido para eliminar a resistência, e se desloca por levitação magnética.

O conceito foi apresentado pela primeira vez em 2013 por Elon Musk, com uma equipe conjunta da Tesla e da SpaceX.

Musk abriu os seus projetos sobre o assunto, dando início a uma série de startups focadas na tecnologia, entre elas a HyperloopTT, que hoje tem 800 profissionais, em cinco continentes, trabalhando na iniciativa.

O estudo gaúcho é o primeiro para um sistema Hyperloop na América Latina e ainda não existe um caso prático de implementação no mundo. Abu Dhabi, cidade nos Emirados Árabes, está em fase de preparação.

Com mais de 40 anos de experiência, o EGA Group atua no mercado de comércio exterior, logística portuária e de recintos alfandegados. A empresa tem mais de 110 colaboradores, 300 clientes e atua nos portos de Santos, Itajaí, Rio de Janeiro, São Francisco do Sul, Paranaguá, Rio Grande e Vitória.