Indústria gaúcha desacelera e recua 1,5%

A atividade industrial gaúcha recuou 1,5% em abril, em comparação com março, o que demonstra desaceleração na sua trajetória de recuperação. É o que aponta o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta terça-feira, 01, pelo presidente da Fiergs, Paulo Tigre.

01 de junho de 2010 - 14:16

A atividade industrial gaúcha recuou 1,5% em abril, em comparação com março, o que demonstra desaceleração na sua trajetória de recuperação. É o que aponta o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta terça-feira, 01, pelo presidente da Fiergs, Paulo Tigre.

É o segundo mês de queda neste ano, sem os efeitos sazonais e de calendário e, de acordo com Tigre, apesar de não representar uma inversão na tendência de retomada do setor, o comportamento inaugura uma fase de ritmo de crescimento mais lento.

Até janeiro, a indústria do estado avançava a uma taxa mensal de 1,3%, velocidade que caiu para 0,9% nos últimos três meses. “Se for mantida essa média, o retorno ao nível pré-crise mundial fica adiado para o final do ano”, avalia o industrial.

O presidente ainda lembrou que durante o processo recessivo, de novembro de 2008 a abril de 2009, o desempenho do setor industrial desabou 16,4%, sendo que nos últimos 12 meses, ocorreu uma recuperação de 12%. Porém, ainda é necessário expandir 7% para retomar o vigor com que operava antes da turbulência internacional.

Com exceção do emprego, que cresceu pelo décimo mês consecutivo, com aumento de 0,7%, o resultado negativo da atividade industrial de abril refletiu a performance de todas as demais variáveis que compõem o indicador medido pela Fiergs.

As maiores desacelerações foram registradas no faturamento (-4,1%), nas compras de insumos e matérias-primas (-2,9%), nas horas trabalhadas na produção (-2,2%), massa salarial (-0,6%) e utilização da capacidade instalada (-0,1%).

Na comparação de abril com o mesmo mês de 2009, o IDI-RS registra um crescimento de 11,9%. Já nos primeiros quatro meses de 2010, o desempenho da indústria teve uma alta de 9,4%. Segundo a Fiergs, esses percentuais elevados ocorreram devido ao processo de recuperação da economia em curso e a baixa base de comparação, quando a crise ainda afetava significativamente o setor.

Já no primeiro quadrimestre de 2010  os segmentos que mais expandiram, em relação a 2009, foram metalurgia básica (35,3%), material eletrônico e de comunicação (22,5%), móveis (18,5%), máquinas e equipamentos (15,5%), borracha e plástico (14,3%), couro e calçados (12,5%). Permaneceram negativos fumo (-8%) e alimentos e bebidas (-3,1%).