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Foto: Reprodução/Jornal Nacional
Machado de Assis, um dos maiores autores da literatura brasileira, acaba de ganhar um avatar de inteligência artificial, instalado na recepção da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro.
A tecnologia usada é da Euvatar Storyliving, uma empresa gaúcha especializada em realidade mista.
O autor foi recriado por meio de um sistema de avatares humanizados, a partir de um dispositivo e um software com desenvolvimento proprietário, abastecido com as poucas imagens existentes do escritor.
Através da tecnologia, é possível ainda ter interações em tempo real com o avatar, já que possui reconhecimento de voz e tem integração a bancos de dados.
Desta forma, Assis passa a conversar com os visitantes, dividindo suas próprias memórias póstumas e respondendo perguntas sobre sua vida e obra.
É claro que, inclusive, tem na ponta da língua respostas sobre o maior mistério da literatura brasileira: Capitu traiu Bentinho?
“Devo dizer que deixei a questão propositalmente em aberto. Afinal, a ambiguidade é parte da magia da literatura”, respondeu a versão robótica de Machado de Assis ao Jornal Nacional.
Como não poderia deixar de ser, a homenagem ao escritor, falecido em 1908 e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, gerou debate nas redes sociais, nas quais dominaram tons negativos.
Muitos internautas criticaram o fato de o avatar ter pele clara, considerando que Assis seria, de fato, negro.
Outros, consideraram a solução “desrespeitosa” por também apagar suas raízes cariocas com um sotaque paulista e esconder sua gagueira, classificada como uma deficiência pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Com apenas um ano de atuação no mercado brasileiro e sedes em Pelotas, Porto Alegre e São Paulo, em 2023, a Euvatar foi responsável pelo desenvolvimento e execução das ações de realidade aumentada da série Sex Education, sucesso da Netflix, realizadas na Avenida Paulista.
Júlia Facca
Repórter no Baguete Diário