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Maquiagem de resultados na IBM?

Acionistas acusam executivos de terem inflado vendas de áreas como nuvem, analytics e outras.

07 de abril de 2022 - 08:59
Empresa teria transferido resultados de uma área para outra. Foto: Pexels.

Empresa teria transferido resultados de uma área para outra. Foto: Pexels.

A IBM classificou vendas do bom e velho mainframe como resultado das suas novas áreas de nuvem, mobilidade e análise de dados e outras, visando enganar os acionistas sobre o real estágio da transição de modelo de negócios.

A acusação é de acionistas da empresa, que entraram na justiça nos Estados Unidos nesta semana contra o atual CEO da IBM, Arvind Krishna, e a ex-CEO, Ginni Rometty, assim como o atual CFO e o CFO durante a gestão Rometty.

De acordo com a queixa, revelada pelo site The Register, a IBM desviou bilhões de dólares de vendas de mainframe para os chamados “imperativos estratégicos”. 

Ainda de acordo com a queixa, transferir as receitas ajudava a inflar os bônus dos executivos da empresa, nos quais as vendas dos imperativos estratégicos tinha uma influência. 

A prática teria acontecido entre 2015 e 2018, um período no qual a venda dos chamados imperativos estratégicos passaram de 35% para 50% do total (cerca de US$ 40 bilhões).

Os executivos no topo da empresa recebiam bônus por uma combinação de fatores, nos quais contava principalmente o lucro operacional e o fluxo de caixa, com o incremento das vendas nas áreas estratégicas contando por uma parte menor.

O problema é que os próprios executivos podiam influenciar no que era catalogado como uma venda de imperativos estratégicos, influenciando assim o resultado (ao longo do período, as vendas totais caíram quase que continuamente).

De acordo com a acusação, Rometty recebeu US$ 1,6 milhão em salário no ano de 2017, mais US$ 5 milhões em bonificações por resultados.

Em 2018, de acordo com documentos do processo dos acionistas, um empregado entrou em contato com um vice-presidente sênior da IBM e a diretora de recursos humanos, pedindo uma reunião confidencial.

No ano seguinte, a IBM abandonou o pagamento de bônus pelo desempenho nas chamadas áreas estratégicas, voltando a usar a receita total da companhia como indicador.

De acordo com a queixa, os empregados que alertaram internamente sobre a prática foram demitidos nos anos seguintes, ou foram transferidos para outras áreas.

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