
Um longo caminho para a recuperação da Nasdaq. Foto: divulgação.
Para a Nasdaq, esta quinta-feira, 24, representou um marco. A bolsa norte-americana completou uma recuperação de capital (equity) que levou 15 anos, um longo caminho desde o gigante baque financeiro com o estouro da bolha das empresas de ".com".
Segundo aponta o Financial Times, a Nasdaq finalmente superou seu recorde de capital atingido em março de 2000, quando foi avaliada em 5,048.62, fechando o dia em 5,056.06.
Para alguns analistas, o retorno da Nasdaq à capitalização tem a ver com o crescimento gradual do mercado de TI, algo difícil de encontrar no atual cenário de negócios.
Segundo destaca Nicholas Colas, analista-chefe de mercado da consultoria Convergex, investidores mantém um apetite por empresas inovadoras. Apple, por exemplo, é uma destas empresas, carregando sozinha cerca de 10% da capitalização da Nasdaq.
“É bastante difícil encontrar companhias que mostrem crescimento de receita e isso ficou pior com a valorização do dólar e desaceleração na economia global. Agora, se estas companhias vão vingar a longo prazo, é outra história", destaca Colas.
Entre as empresas que também impulsionaram esta recuperação da bolsa digital estão Netflix, Tesla, Facebook e LinkedIn, assim como marcas que se recuperaram do estouro da bolha em 2000, como Amazon e Priceline. Companhias consagradas como Microsoft, Intel e Cisco também se mantiveram como nomes de alto perfil na Nasdaq.
Em termos de rapidez de crescimento, foi um longo caminho em comparação ao que a bolsa viu de 1998 a 2000, quando cresceu cerca de 250%, com empresas como Yahoo quadruplicando seu valor de mercado em questão de meses.
Após o estouro da bolha das ".com", a Nasdaq despencou para a marca de 1.300, somente chegando à marca recorde atingida em 2000 agora. Mas afinal de contas, esta volta da Nasdaq para o território de 5,000 em avaliação de capital representa uma nova bolha?
Segundo especialistas, a resposta é sim e não. O mercado de tecnologia atual guarda algumas similaridades com a loucura do final do século passado, principalmente no cenário das startups.
"É justo avaliar se realmente empresas privadas como Uber, Snapchap, Airbnb e Dropbox realmente valem mais do que US$ 10 bilhões", afirmou Paul LaMonica, da CNN.
Entretanto, para Eric Jackson, parceiro no fundo Ironfire Capital, o mercado atual aprendeu sua lição e não repetirá os erros do passado.
"Estamos longe da loucura. Não acredito que seja hora de soar o alarme e nos preocuparmos com uma bolha. As empresas de TI sobreviventes da crise passada se tornaram empresas viáveis, com poder duradouro. A TI ganhou estabilidade", afirmou o analista.