
Arena Pantanal, em Cuiabá custou R$ 525 mi. Foto: Edson Rodrigues/ Secopa
A cidade de Cuiabá, capital de Mato Grosso, foi a última cidade a receber nesse mês a infraestrutura do PTT.br, do Comitê Gestor da Internet no Brasil [CGI.br]. Os novos pontos de trocas geram maior capacidade e estabilidade para a interconexão direta entre redes.
Com o apoio do Centro de Processamento de Dados do Estado de Mato Grosso [Cepromat] e da operadora Titânia, a instalação desse ponto integra as 12 cidades brasileiras que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014.
O objetivo segundo o diretor de projetos especiais de desenvolvimento do NIC.br, Milton Kaoru Kashiwakura, é oferecer condições necessárias para realizar a transmissão dos jogos da Copa via internet.
“As localidades de São Paulo e Rio de Janeiro passaram por um processo de reestruturação e ampliação de capacidade para atender a grande demanda esperada, como a recente ativação de portas de 100Gbps da Globo.com” comenta.
Além disso, todos os 26 Pontos de Troca de Tráfego do Brasil estão recebendo capacidade adicional para suportar a demanda que pode surgir.
Em São Paulo, por exemplo, o PTT.br atinge picos de 400 Gigabits por segundo (Gbps) na troca de tráfego com 675 participantes únicos e 973 participantes em mais de uma localidade, o que coloca o PTT da capital paulista entre os cinco maiores do mundo e o maior da América Latina.
O Rio de Janeiro, que receberá o Centro de Imprensa da Copa, é a segunda localidade com maior perspectiva de crescimento do PTT.br.
Outra medida tomada em virtude do mundial as atividades da equipe do PTT.br ficarão restritas ao suporte dos serviços já ativos.
O congelamento operacional terá início em 12 de maio e chegará ao fim em 13 de julho com o objetivo de minimizar possíveis impactos e manter a estabilidade da infraestrutura do PTT.br no período que antecede a Copa.
"O período de congelamento é importante para prevenir algo inesperado. Ao evitar que novas interfaces de rede sejam introduzidas ao sistema, fazemos com que ele fique mais estável", explica Kashiwakura.
O congelamento operacional do PTT.br foi anunciado durante o PTT Fórum 7, em dezembro de 2013, com base na experiência das Olimpíadas de Londres de 2012.
Ainda em 2013, o governo do Mato Grosso pediu um empréstimo de R$ 120 milhões na Caixa Econômica Federal para terminar as obras da Arena Pantanal, em Cuiabá, destinados principalmente a pagar pela infra de TI do estádio, que receberá quatro partidas da Copa do Mundo de 2014.
O consórcio CLE, formado pela Canal Livre Comércio e Serviços Limitada e Etel Engenharia Montagens e Automações, vai receber R$ 98,3 milhões para implementar a área de tecnologia de TI da arena. O CGI não revela custos para a expansão da rede de PTT.br no estado.
Em seu site, a Etel explica que o valor compreendia a instalação de um sistema de telecomunicações, IPTV, CFTV, painel eletrônico, automação predial, entre outros. Já a Kango Brasil receberá R$ 19,4 milhões para colocar os assentos (R$ 421 por assento).
Fica a dúvida sobre a real necessidade de massivos investimentos sobre cidades consideradas elefantes-brancos da Copa.
A Arena Pantanal, em Cuiabá (MT) é uma das três cidades consideradas "elefantes-brancos". Só o estádio custou R$ 525 milhões aos cofres públicos e tem capacidade para 42 mil pessoas. O público médio do estado nos jogos de 2013 do Brasileirão foi de 800 torcedores. Em 2014, o estado conta com clubes escalados na série B do Brasileirão.
Estádio das Dunas, em Natal (RN) e a Arena Amazônia localizada em Manaus (AM) também fazem parte dos três empreendimentos sem previsão de retorno após a Copa.
Quem preferir uma visão mais otimista do futuro da Arena Pantanal pode se ater às declarações do ministro dos Esportes, Aldo Rabelo, que esteve recentemente visitando as obras e disse que:
“Arena é um modelo diferenciado, é para atender futebol, eventos, turismo, bares, lojas e não é um evento só para o futebol. Serve para tudo, isso nos dá a certeza que não será um elefante branco”, revelou.