Nosso homem em Bangalore

Sem fazer muito alarde do fato, a Stefanini já opera desde agosto de 2006 na Índia, com uma sede instalada em Bangalore.

22 de abril de 2008 - 11:48
Nosso homem em Bangalore

Sem fazer muito alarde do fato, a Stefanini já opera desde agosto de 2006 na Índia, com uma sede instalada em Bangalore.

Nesta terça-feira, 22, a missão acadêmico empresarial da Feevale e Valetec esteve reunida com o country manager da Stefanini no país, Avishek Nigam, que controla um total de 30 colaboradores, a maioria deles técnicos.

Eles estão envolvidos em seis projetos no país, dentro de clientes de porte internacional da Stefanini, como a Dell, que tem um centro de desenvolvimento em Bangalore. A companhia já atende a 40% dos listados no ranking Fortune 100.

A operação indiana ainda é pequena, quando comparada aos cerca de seis mil funcionários que a empresa mantém em 14 países, atendendo a cerca de 450 contas ativas.

Mas o número promete crescer no embalo da internacionalização da empresa paulista, que obteve 15% de seu faturamento de US$ 200 milhões no exterior em 2007. Para 2011, a meta é chegar a R$ 1,5 bilhões, com direito a IPO no caminho.

"Somos a primeira empresa brasileira na Índia", destaca Nigam. Apesar do nome, o executivo é brasileiro. Filho de pais indianos, foi criado em João Pessoa, na Paraíba, para onde a família se mudou quando ele tinha apenas um ano. Nigam assumiu o cargo na Stefanini no começo do ano passado.

Nigam destaca que não é intenção da Stefanini tranferir operações do Brasil para a Índia, mas sim prover um melhor atendimento aos clientes na região. Dentro do objetivo, a empresa estuda sedes nos Emirados Árabes Unidos e na Malásia.

"Não se trata de competição, mas de cooperação", resume o country manager, enfatizando a importância da experiência adquirida pela operação brasileira.

Hoje, a Stefanini é a única empresa latino-americana listada entre as 10 primeiras da edição 2006 do Black Book of Outsourcing, um levantamento dos melhores provedores de serviços offshore do mundo. A pesquisa, que inclui os gigantes indianos TCS, Wipro e Infosys, coloca os brasileiros em nono lugar.

Turn-over é alto
A corrida de empresas de TI para a cidade já afeta seriamente o mercado de Bangalore, que começa a perder companhias para a vizinha Hyderabad.

Segundo um levantamento feito por Nigam durante a preparação da abertura da Stefanini no país, o turn over da mão-de-obra da cidade varia entre 30% e 50%. Em Hyderabad, a cifra fica na faixa dos 25% a 40%.

Mesmo em destinos menos disputados como Pune, Gurgam e Noide, a rotação de pessoal se mede entre 15% e 25%. "Meus funcionários recebem três propostas por dia. O segredo é manter processos sólidos", resume o executivo.

Por conseqüencia, os salários pagos em Bangalore são os maiores do país. Em Hyderabad, ficam 10% menores. Nas outras três citadas, ele cai 15%.

Um desenvolvedor júnior em Bangalore recebe R$ 1 mil brutos, valor sobre o qual incidem os tributos.

Cargos de nível médio recebem 10% menos que o valor nominal do contracheque. No nível sênior, o pagamento é equivalente, garante Nigam. Não há custos adicionais para a empresa, como na CLT brasileira.

Maurício Renner acompanha a missão empresarial-acadêmica à Índia a convite da Feevale e da Valetec – Parque Tecnológico do Vale dos Sinos e relata tudo com um notebook HP Compaq 6710b da HervalTech. Confira mais pelo link relacionado abaixo.