POSSE

Nova Abinee-RS contra a selva mercadológica

Régis Haubert, da Exatron, é novo diretor da regional. Adberbal Lima, diretor da Novus, é o vice.

17 de agosto de 2012 - 16:45
Régis Haubert, novo diretor da Abinee-RS. Foto: Cláudio Bergmann / Office Press.

Régis Haubert, novo diretor da Abinee-RS. Foto: Cláudio Bergmann / Office Press.

Simplificação do drawback, regime de incentivo à exportação pelo abate de tributos sobre insumos importados para uso em itens de venda externa; especialização de profissionais em software para eletrônica e facilitação da regularização de empresas do setor são algumas das principais missões da nova diretoria da Abinee-RS.

O comando da regional para a gestão 2012 – 2015 tomou posse nesta sexta-feira, 17, com Régis Sell Haubert, superintendente da porto-alegrense Exatron, na direção; e Adberbal Lima, diretor da Novus, como vice.

A SELVA MERCADOLÓGICA
“É preciso fomentar o setor eletro-eletrônico, que foi o embrião do que podemos chamar de Vale do Silício gaúcho, precisa de incentivo para se tornar competitivo na selva mercadológica atual”, destaca Haubert.

Ele assumiu o cargo deixado por Luiz Francisco Gerbase, que cumpriu dois mandatos à frente da regional.

ÂNIMO PARA AS EXPORTAÇÕES
Para Lima, a questão do drawback é essencial.

Vindo da Fiergs, onde é um dos diretores e líder do Conselho Consultivo do Centro de Excelência em Tecnologias Avançada (Ceta Senai), ele afirma que as entidades, incluindo a Abinee, já enviaram proposta de revisão do regime a Brasília.

Por hora, o projeto está em análise pelos ministérios do Desenvolvimento e Indústria (MDIC) e da Fazenda, sem prazo para novos andamentos, mas a meta é fazer da simplificação, uma lei.

“Queremos menos complicação, menos amarras. Queremos garantir que haja incentivo ao exportador, assim como ocorre em países como Taiwan, Tailândia, Estados Unidos”, comenta o vice-diretor da Abinee-RS.

Nestes países, segundo Lima, os insumos importados para produtos de exportação têm suspensão ou eliminação de impostos gratificante para o empresário, enquanto no Brasil os abates existem, mas para chegar a eles a burocracia é tanta que desestimula.

O ATLETA DE PÉ NO CHÃO
“No Brasil, o exportador é uma analogia do atleta que tem de ir para a olimpíada mal alimentado, de pés descalços, com uma mochila de pedras nas costas, mas é cobrado por rendimento tanto quanto os bem supridos”,  alerta Lima.

LARANJAS PODRES
Conforme o empresário, um dos entraves para a descomplicação do regime por parte da Receita Federal é o temor de abrir brechas para a sonegação e outras fraudes.

Para coibir, ele sugere medidas fortes.

“Tem quem sonegue, é verdade, mas o que queremos é evitar isso também. Sonegou? Fecha, impede que importe por anos. Tem de impor medidas drásticas aos maus, para evitar que os bons paguem por seus erros”, desabafa.

ALÔ SMAM
O vice-diretor também lembrou a luta do setor pela descomplicação da parte regulatória de empresas de eletro-eletrônica no Rio Grande do Sul - em especial, Porto Alegre.

“Há muita dificuldade para se conseguir um alvará, por exemplo. As empresas são consideradas poluentes, quando, na verdade, são tão limpas quanto um banco”, ressalta Lima. “Nas nossas empresas, o que faz mais barulho é o aspirador de pó que a faxineira passa. Nem na logística é um setor complexo: os transportes são fáceis, ágeis”, comenta.

De acordo com o gestor, o segmento chega a enfrentar multas no estado por falta de concessão do alvará.

“Muitas vezes, o empresário pede, chama, ninguém vem auditar. Depois de um tempo, aparece com multa, porque ele estava irregular”, reclama.

CAPACITAÇÃO DE MÃO DE OBRA
O novo diretor da Abinee-RS, Régis Haubert, prevê outro ponto crítico para o setor: a famosa falta de mão de obra especializada.

Para suprir as carências, um projeto já está em andamento com o Senai e a Fatec, prevendo o lançamento de um curso de especialização em sistemas embarcados.

“A primeira turma deve ser aberta já no ano que vem”, finaliza Haubert.