PESQUISAS

Novo Bing terá integração da OpenAI

Ferramenta de buscas pretende ultrapassar Google em popularidade e funcionalidades.

06 de fevereiro de 2023 - 15:13
Bing recebe 900 milhões de pesquisas diárias, logo atrás do Google com 8,5 bilhões (Foto: Depositphotos)

Bing recebe 900 milhões de pesquisas diárias, logo atrás do Google com 8,5 bilhões (Foto: Depositphotos)

A Microsoft irá lançar uma nova versão do Bing, seu sistema de buscas, integrada pelo GPT-4 da OpenAI, uma versão mais rápida do famoso ChatGPT.

De acordo com a Microsoft, “o novo Bing” será uma “assistente de buscas, planejadora pessoal e parceira criativa” disponível para seus usuários.

Por meio do processamento de tarefas complexas, será possível selecionar preferências alimentares, restrições orçamentárias, localização e horários para que o Bing adapte as respostas aos interesses pessoais de quem pesquisa, por exemplo.

No âmbito da criatividade, a empresa promete que agora a ferramenta vai além, podendo inclusive criar rimas para poemas específicos para o aniversário de algum ente querido.

A barra de buscas agora será substituída por uma grande caixa de texto de até 1 mil caracteres para perguntas detalhadas, que permitem contextualizar, dar instruções específicas e listar exemplos, conforme reportou o blogueiro de tecnologia Owen Yin.

Segundo Yin revelou, enquanto o ChatGPT possui dados coletados até 2021, o Bing poderá acessar informações atuais, compilando resultados e gerando um resumo do que foi solicitado pelo usuário.

Além disso, a ferramenta integrada terá como função destacar frases e citar a fonte original dos dados obtidos, o que permite que o usuário verifique as informações fornecidas pelo chatbot.

Para aqueles que preferem o tradicional, a versão original do Bing ainda estará disponível para buscas, navegando entre o chat e as pesquisas na barra de ferramentas.

De olho no futuro, a Microsoft terá direito de reutilizar os modelos de inteligência artificial da OpenAI em seus produtos.

Segundo o The Information, o CEO Satya Nadella já direcionou os times de produto da companhia para encontrar formas de integrar a tecnologia de chatbot em quase todos os produtos comerciais da empresa, desde o pacote Office até outros serviços de nuvem.

Com a novidade, a Microsoft espera superar o Google, hoje o sistema de buscas mais popular do mundo, que recebe 8,5 bilhões de buscas diariamente.

Em 2021, o Bing possuía apenas 3% do mercado global de ferramentas de buscas, com um total de 1,06 bilhão de visitas ao longo de todo o ano, uma média diária de 2,92 milhões.

O Google, por outro lado, não está atrás na conversa sobre inteligência artificial. Recentemente, a gigante investiu aproximadamente US$ 300 milhões na Anthropic, startup da área fundada em 2021 por ex-funcionários da OpenAI.

Diante do negócio, o Google terá participação de 10% na empresa, que acordou em usar o montante para adquirir soluções de computação da Google Cloud.

Hoje, a startup utiliza a linguagem Claude e é vista como uma potencial rival da nova parceira da Microsoft, segundo o The Information.

Fundada em 2015, a OpenAI tem sede em São Francisco e se define como uma empresa de pesquisa e implantação de inteligência artificial. A startup é governada por um conselho sem fins lucrativos composto por funcionários. 

Até então, seus investidores incluem a fundação de caridade de Reid Hoffman e a Khosla Ventures, além da própria Microsoft, que já havia investido US$ 1 bilhão em dinheiro e créditos na nuvem em 2019.

O ChatGPT, desenvolvido pela empresa, tem um formato de diálogo que permite responder a perguntas de acompanhamento, admitir seus erros, contestar premissas incorretas e rejeitar solicitações inadequadas.

Em janeiro deste ano, a Microsoft chegou a investir um valor não revelado na OpenAI.

No começo do mês, as especulações eram de que a big tech investiria cerca de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 51,7 bilhões) na startup avaliada em US$ 29 bilhões.

Até recuperar seu investimento, a bigtech obteria 75% dos lucros da OpenAI. Depois disso, a Microsoft ficaria com 49% da startup, outros investidores, com 49% e a controladora sem fins lucrativos, com 2%.