Mudança de rumos no Nubank. Foto: Depositphotos.
O Nubank, o maior banco digital do Brasil, vai acabar com o trabalho remoto na empresa, adotando gradativamente um modelo híbrido para os seus 9,5 mil funcionários.
A partir de julho de 2026, os profissionais do banco terão que trabalhar nos dois dias da semana pelo menos. A partir de janeiro de 2027, a quantidade passa para três, o que é o arranjo híbrido padrão na maioria das empresas.
O banco está dando oito meses de prazo antes de começar com o novo sistema, provavelmente para que funcionários possam se mudar e fazer outros acertos pessoais.
Nos últimos cinco anos, a regra no Nubank era que os colaboradores precisam trabalhar de forma presencial uma semana a cada três meses.
A mudança foi comunicada em uma mensagem interna do CEO do Nubank, David Vélez, nesta quinta-feira, 6.
“Ao longo dos últimos anos, mencionei recorrentemente que me preocupo com o nosso ambiente prioritariamente remoto escolhido, pois os seus benefícios eram muito óbvios, mas os seus custos eram invisíveis”, afirma Vélez no e-mail.
Na sequência, o CEO do Nubank elenca algumas razões já típicas para justificar a medida, como “preservar e fortalecer a cultura do banco, estimular encontros criativos entre as equipes” e também o que é descrito como “excelência operacional”.
“Foi uma decisão difícil. Sabemos que esta decisão será bem recebida por muitos de vocês. Para outros, irá gerar conturbação — especialmente para aqueles que moram longe de nossos escritórios, ou para aqueles que ingressaram no Nubank por causa da flexibilidade do trabalho remoto", disse Vélez no comunicado.
O Nubank costumava apontar o seu sistema remoto de trabalho como um atrativo dentro do seus planos de “employer branding”. No seu email, Vélez apontou as limitações do sistema.
“Videochamadas reduzem as pessoas a quadrados. As conversas se tornam transacionais. Os momentos espontâneos — a troca no corredor, o entusiasmo compartilhado ao resolver um problema, a celebração após um lançamento difícil — desaparecem", disse o cofundador do Nubank.
Com a volta aos escritórios, Vélez acredita que será mais fácil “encontrar colegas de outras áreas para agilizar alinhamentos ou brainstormings, fazer networking e resolver problemas de forma fortuita”, e “ aprender e nos desenvolver sem esforço, observando líderes e mentores em ação".
Como parte do plano, o banco informou que vai investir em melhorias nos prédios já existentes e ocupados em São Paulo, Bogotá e Cidade do México. E vai abrir escritórios, para equipes específicas, em Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Buenos Aires, área metropolitana de Washington D.C., Miami e Palo Alto – além dos hubs de talentos já existentes em Berlim, Montevidéu e Durham.
