O desafio dos CIOs

Que a TI ocupa hoje nas empresas uma posição estratégica, e não somente de suporte, já não é mais novidade. Porém, como suportar esta nova postura? Que papel assume o CIO neste contexto? E de que forma ele deve se relacionar com a cúpula executiva da organização para alinhar TI, negócios e sucesso?
24 de junho de 2008 - 15:35
O desafio dos CIOs
Que a TI ocupa hoje nas empresas uma posição estratégica, e não somente de suporte, já não é mais novidade. Porém, como suportar esta nova postura? Que papel assume o CIO neste contexto? E de que forma ele deve se relacionar com a cúpula executiva da organização para alinhar TI, negócios e sucesso?

Estas foram algumas das questões debatidas no CIO Fórum, evento do Ciclo Amcham de Decisões realizado nesta terça-feira, 24, no Hotel Deville, em Porto Alegre, como parte das comemorações dos 10 anos de atividade na capital gaúcha da entidade.

Papel do CIO
No evento, que teve mediação do editor do Baguete Diário, Maurício Renner, o diretor de Desenvolvimento e Tecnologia do Terra Networks, Rafael Kuhn, foi enfático: “a TI está no centro dos processos e passa por todos os departamentos da empresa. Neste contexto, toma a responsabilidade de facilitador e, nisso, ao CIO cabe fazer mais com menos: menos tempo, menos gente, menos dinheiro”.

Terceirização

Para Kuhn, esta é uma postura correta, mas deve ser analisada com cuidado. Por exemplo: porque a TI tem a função de auxiliar os negócios, de preferência facilitando processos com redução de custos, não quer dizer que ela tenha de fazer tudo. “É preciso terceirizar, contratar, não assumir tudo para não perder o foco no core business da organização”, destaca o diretor.

Estratégia e técnica de mãos dadas
Para isso, o CIO precisa deixar de lado o trono técnico e se inteirar dos negócios. Porém, nem tanto ao mar, nem tanto à terra: “Ele tem de ser estratégico, mas antes de interferir no negócio, deve se comprometer em implantar uma TI robusta, que dará base à empresa. Depois desta infra-estrutura básica estar pronta e funcionando, aí sim, é partir para a estratégia”, conta o CIO da Eleva, Rogério Schultz Rodrigues.

Inovação/Manutenção
Entretanto, como manter esta infra básica funcionando enquanto o negócio evolui? A resposta, segundo Rodrigues, é flexibilidade. “A TI tem de ser flexível para acompanhar a dinâmica de uma empresa em evolução”, ressalta o CIO.

“Além disso, a divisão do trabalho da área de tecnologia facilita esta tarefa. Enquanto uns colaboradores cuidam da criação, inovação, outros fazem a manutenção das estruturas”, complementa o CIO da Epcos, Ricardo De Rose.

Comunicação

Já para Kuhn, esta segmentação de equipes deve ser aliada à total transparência do setor de TI se a meta for garantir o funcionamento perfeito das estruturas. “Cada problema ou mesmo ameaça de problema deve ser informado à diretoria da empresa, para que decida se correrá risco ou investirá na solução”, ressalta o diretor da TI do Terra.

“Para isso, o melhor é usar exemplos práticos. Mostrar exatamente como uma ferramenta ou processo irá impactar o negócio é a melhor forma de comunicar e convencer a cúpula de uma corporação”, acrescenta De Rose.

Fornecimento
Quando o assunto são os fornecedores de TI, os três CIOs concordam: o ideal é aquele que a) entende do negócio do cliente, b) tem humildade para recusar o trabalho caso não se sinta capaz de executa-lo e c) acompanha o projeto do início ao fim.

“O fornecedor tem de conhecer o cliente. Na Eleva, por exemplo, tem de visitar ao menos uma vez as granjas, criadouros de suínos, para entender o que a empresa faz e que controles tem de ter”, salienta Rodrigues.

“Além disso, ele tem de ser participante: ouvir o que o atendido necessita, acompanhar a implementação, virar noite junto com a equipe do cliente, estar presente na migração. Tem de ser participativo dia e noite”, completa Kuhn.