
Evan Goldberg é o fundador da Netsuite. Foto: Divulgação.
A Oracle está trazendo o fundador da Netsuite, Evan Goldberg, para um evento para 500 pessoas em São Paulo nesta quinta-feira, 10.
Batizado de Suite Connect Brasil, o evento exclusivo da marca até agora só acontecia nos Estados Unidos. Além de Goldberg, participam diversos pesos pesados da operação latino americana da Oracle e clientes do produto.
Goldberg fundou a Netsuite no final dos anos 90, depois de sair da Oracle, e vendeu a empresa para a gigante de tecnologia em 2016 por US$ 9 bilhões, na época o segundo maior negócio da história da empresa.
A Netsuite se promove como “a primeira empresa de nuvem”, pois já oferecia aos clientes um software de planejamento financeiro por um modelo de assinatura.
A empresa chegou ao Brasil em 2009, por meio da catarinense SuitePlus, então parceira exclusiva da Netsuite no país, e tinha uma presença discreta até a compra pela Oracle.
Desde então, a gigante vem colocando o produto na vitrine no Brasil, ainda que nem de perto com a mesma intensidade do que faz no mercado americano.
Por algum desses motivos insondáveis que guiam a atuação das grandes empresas de tecnologia, a Oracle inclusive parece esconder um pouco o jogo sobre a Netsuite no Brasil. A estreia do Suite Connect no país foi divulgada com pouco alarde.
Não é a primeira vez que algo assim acontece envolvendo a Netsuite.
Em 2019, a Oracle comprou a Oxygen Systems, uma companhia brasileira especializada no sistema de gestão na nuvem NetSuite e também não quis contar isso para quase ninguém.
O acordo foi divulgado de maneira sucinta no site da gigante, sem abrir valores, ou fazer grandes comentários.
Na nota, a Oracle disse apenas que a Oxygen Systems provê localização para os “complexos requerimentos tributários para empresas com operações no Brasil” e que a compra entregará uma experiência de localização “seamless” para o ERP.
As companhias brasileiras de sistemas de gestão gostam de frisar que os seus competidores estrangeiros não conseguem lidar com a complexidade tributária no país, deixando os seus clientes obrigados a contratar módulos fiscais de fornecedores brasileiros, complicando a própria vida.
Os motivos expostos pela Oracle para comprar a Oxygen (curiosamente, outra empresa baseada em Santa Catarina) parecem indicar que a multinacional queria superar esse problema.
Trazer um executivo de alto escalão três anos depois (vale lembrar que no meio aconteceu a pandemia do coronavírus) talvez indique que a Oracle está mais confiante no potencial do produto para o mercado brasileiro.